CONHECIMENTO DE GRADUANDOS SOBRE DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA

CONHECIMENTO DE GRADUANDOS SOBRE DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA

UNDERGRADUATES' KNOWLEDGE ABOUT BONE MARROW DONATION

CONOCIMIENTO DE LOS GRADUADOS SOBRE LA DONACIÓN DE MÉDULA ÓSEA

AUTORES

Marisa Silva Maria Leite. Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário de Lins - UNILINS. Lins (SP), Brasil. ORCID ID: 0000-0002-7264-7300 

Bruno Alexandre Rossinoli. Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário de Lins - UNILINS. Lins (SP), Brasil. ORCID ID: 0000-0003-3019-8946 

Denis de Souza Brigido. Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário de Lins - UNILINS. Lins (SP), Brasil. ORCID ID: 0000-0001-8442-2689 

Sílvia Manfrin Alves Correia. Enfermeira. Professora, Graduação em Enfermagem, Centro Universitário de Lins - UNILINS. Lins (SP), Brasil. Mestre em Promoção de Saúde pela Universidade de Franca. ORCID ID: 0000-0002- 4157-5738 

Laura Terenciani Campoy. Enfermeira. Professora, Graduação em Enfermagem, Centro universitário de Lins - UNILINS. Lins (SP), Brasil. Doutora em Saúde pública pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. ORCID ID: 0000-0002- 6701-4883 

Fabio Renato Lombardi. Biólogo. Professor. Graduação em Ciências Biológicas, Centro Universitário de Lins - UNILINS - Lins (SP), Brasil. Doutor em Biofísica Molecar, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de São José do Rio Preto. ORCID ID: 0000-0002-3610-4528 TFábio Renato Lombardi

RESUMO

Objetivo: caracterizar o conhecimento dos graduandos de uma instituição de ensino superior acerca do processo de doação de medula óssea. Método:  Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Foram entrevistados 266 graduandos, de ambos os sexos, entre 17 e 21 anos de idade. Foi utilizado um questionário estruturado, contendo perguntas sobre o conhecimento a respeito do processo de doação de medula óssea. Resultados: A maioria dos participantes não conhece o processo de cadastro e doação de medula óssea, tendo como a falta de informação a principal causa para a desinformação a respeito do tema abordado, consequentemente resultando em pouca demanda para que mais pessoas sejam cadastradas no REDOME. Conclusão: os estudantes do ensino superior desconhecem os processos que envolvem desde ao cadastro até a doação de medula óssea, devido à desinformação e pouca divulgação sobre a temática.

Palavras-chaves:  Transplante de Medula Óssea; Conhecimento; Enfermagem.

ABSTRACT

Objective: to characterize the knowledge of undergraduates from a higher education institution about the bone marrow donation process. Method: This is a descriptive study with a quantitative approach. 266 undergraduates were interviewed, of both sexes, between 17 and 21 years old. A structured questionnaire was used, containing questions about their knowledge about the bone marrow donation process. Results: Most participants do not know the bone marrow registration and donation process, with lack of information being the main cause for misinformation about the topic addressed, consequently resulting in little demand for more people to be registered in REDOME. Conclusion: the higher education students are unaware of the processes that involve from registration to bone marrow donation, due to misinformation and little dissemination on the subject.

Keywords: Bone Marrow Transplantation; Knowledge; Nursing.

RESUMEN

Objetivo: caracterizar el conocimiento de estudiantes de grado de una institución de educación superior sobre el proceso de donación de médula ósea. Método: Se trata de un estudio descriptivo con abordaje cuantitativo. Se entrevistaron 266 estudiantes universitarios, de ambos sexos, entre 17 y 21 años. Se utilizó un cuestionario estructurado que contenía preguntas sobre el conocimiento sobre el proceso de donación de médula ósea. Resultados: La mayoría de los participantes desconocen el proceso de registro y donación de médula ósea, siendo la falta de información la principal causa de la desinformación sobre el tema abordado, por lo que se genera poca demanda para que más personas se registren en REDOME. Conclusión: los estudiantes de educación superior desconocen los procesos que involucran desde el registro hasta la donación de médula ósea, debido a la desinformación y poca difusión sobre el tema.

Palabras clave: Trasplante de Médula Ósea; Conocimiento; Enfermería.

Recebido: 12/01/2024 Aprovado: 14/02/2024

Tipo de artigo: Revisão Integrativa 

INTRODUÇÂO

O profissional de enfermagem atua, direta ou indiretamente, em todo o processo de detecção do câncer até o transplante de medula óssea, desde a fase de diagnóstico, promovendo a iniciativa de rastreio na população, passando pelo tratamento que, em alguns casos, envolve os cuidados assistências com administração de quimioterápicos, até o transplante propriamente dito, com o planejamento das ações e cuidados durante a internação hospitalar, fazendo-se necessário a qualificação do profissional para esses atendimentos(1).

O conhecimento da população, em geral, acerca do processo de cadastro e doação é de extrema importância para o incentivo do cadastro ao banco de dados de doadores de medula óssea, pois ao conhecer as etapas do processo ocorre assim o incentivo de mais indivíduos cadastrados, e as informações errôneas acerca do processo sejam, contudo, desmistificadas obtendo uma clareza no entendimento por parte da população(2).

O cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) é essencial para a população que aguarda na fila de transplantes, a compatibilidade genética é fundamental para que possa ser realizado e a estimativa é que apenas 1,8% de toda a população brasileira seja cadastrada em bancos de dados de transplantes, o que dificulta a procura e as chances de encontrar doadores compatíveis, dessa forma, entidades privadas e programas sociais incentivam o cadastro e a doação nos bancos de dados do Ministério da Saúde(3).

O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias de pacientes. A falta de doadores compatíveis é o principal fator que dificulta as chances de cura e melhoria no estado de saúde dos que necessitam, já que em média, a proporção de encontrar um doador compatível é de 1 em cada 100 mil pessoas(4).

Entender o ponto de vista das pessoas a respeito da doação de medula óssea e como a comunicação pode impactar e contribuir para o interesse no cadastro como doador de medula é importante para os gestores das campanhas que incentivam a doação(4).

Existem diversos fatores que levam as pessoas a se sensibilizar e se cadastrar para doar medula óssea, da mesma forma que existem muitos motivos que tornam estes cidadãos relutantes em praticar tal ato. Quanto maior conhecimento maior a chance de uma pessoa fazer uma doação pela primeira vez, e de se tornar um doador. Desta forma, trabalhos que englobam ações de conscientização e de sensibilização como ações educativas apresentam uma maior perspectiva de eficácia em mobilizar a sociedade(5).

Mesmo obtendo o aumento das campanhas para a captação de novos doadores, o número ainda é pequeno para atender a necessidade de pacientes que precisam e dependem deste procedimento. Nesse interim, o enfermeiro é indispensável na captação de doadores de medula óssea, pois atua na viabilização do processo de doação, acolhimento e cuidado de forma integral dos doadores e receptores, oferecendo suporte, apoio e informações adequadas sobre todo o processo(6).

Em função disso, por ser um profissional que atua de forma ampla, cabe ao enfermeiro, orientar os doadores e, promover campanhas de captação visando aumentar o número de novos doadores contribuindo com estratégias para o cadastro, desmistificando dúvidas a respeito do processo, assim como conscientizar, orientar e sensibilizar a sociedade quanto à importância da doação de medula óssea(6).

O presente trabalho tem como objetivo caracterizar o conhecimento dos graduandos de uma instituição de ensino superior acerca do processo de doação de medula óssea.

MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. A amostra da pesquisa foi composta por 266 sujeitos, de ambos os sexos e com faixas etárias entre 18 e 60 anos de idade, os quais foram selecionados por conveniência. A coleta dos dados foi realizada no mês de Agosto de 2022. Os critérios de inclusão da pesquisa foram: ser aluno regularmente matriculado entre o 1° semestre e o 10° semestre dos cursos de Administração, Arquitetura e Urbanismo, Enfermagem, Farmácia e Serviço Social do Centro Universitário de Lins (UNILINS) e ter aceito e preenchido o TCLE.

Os possíveis riscos aos participantes foram de obter sentimentos e lembranças que lhe causassem desconforto psicológico, pois a pesquisa foi realizada através de um questionário que envolveu somente questões sobre doação de medula óssea. Não houve nenhum custo financeiro por parte do participante da pesquisa. 

A pesquisa teve como benefícios o aprimoramento dos estudos na área de doação de medula óssea, a propagação do conhecimento acerca da importância do cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea.

A coleta dos dados foi realizada durante o período das aulas regulares. Para evitar o bom andamento das aulas, antecipadamente, o professor da disciplina foi comunicdo e permitiu que os discentes respondessem o questionário. Primeiramente, foi entregue duas cópias do TCLE aos participantes, o qual foi lido e assinado pelos mesmos, caso concordassem em participar da pesquisa. Posteriormente, foi entregue uma folha impressa com o questionário estruturado, para ser respondido e, assim, recolhido para tratamento dos dados.

A análise de dados ocorreu com auxilio do programa Microsoft Excel 2022, onde, também, foi utilizado para resolução de estatísticas básicas e confecção das tabelas.

O estudo contou com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa respeitando a Resolução 466/12, sob o C.A.A.E. 59411322.1.0000.8083.

RESULTADO E DISCUSSÃO

A pesquisa contou com a participação de 266 graduandos, sendo os dados biográficos demonstrados no quadro 1.

Quadro 1: Dados sociodemográficos e acadêmicos dos participantes da pesquisa, Lins-SP, 2022.

Caracterização da amostra

n

%

Idade

De 18 a 21 anos

129

48,5%

De 22 a 26 anos

86

32,5%

De 27 a 31 anos

15

5,5%

De 32 a 56 anos

36

13,5%

       

Gênero

Masculino

87

32,7%

Feminino

176

66,2%

Prefiro não dizer

3

1,1%

       

Cor/Raça

Branco

149

56,0%

Negro

27

10,2%

Pardo

81

30,5%

Indígena

1

0,3%

Amarelo

8

3,0%

Não sei / não quero responder

0

0,0%

Curso

Farmácia

60

22,6%

Serviço social

25

9,4%

Enfermagem

82

30,8%

Arquitetura e Urbanismo

59

22,2%

Administração

40

15,0%

Fonte: Elaborado pelos autores, 2022.

Dos acadêmicos entrevistados, a faixa etária variou entre a idade mínima de 18 anos e a idade máxima de 56 anos, tendo a maior parcela entre 18 anos e 26 anos, que correspondem a 215 (81,0%) dos entrevistados, jovens estudantes que, geralmente, possuem conhecimento sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, o que acaba facilitando o reconhecimento e o entendimento sobre a doação de medula óssea(7).

Entre os entrevistados nesta pesquisa, 176 (66,2%) participantes são do gênero feminino e 87 (32,7%) participantes são do gênero masculino. Os dados obtidos evidenciam, claramente, uma maioria de mulheres, tal resultado pode estar associado ao fato de que a grande maioria dos acadêmicos são dos cursos da área da saúde, sendo esses compostos, majoritariamente, por mulheres. Tal resultado esta em consonância com a história da saúde que sempre trouxe o protagonismo feminino, com relação aos cuidados prestados aos enfermos desde a antiguidade(8).

Quando os participantes da pesquisa foram questionados sobre sua cor ou raça, 149 (56%) se auto consideraram brancos, 81 (30,5%) pardos e 27 (10,2%) negros. Ressalta-se que a maioria dos jovens estudantes de universidades particulares do Brasil se auto classificam como cor/raça branca(9).

Com relação aos cursos frequentados pelos participantes da pesquisa, os dados mostraram que 82 (30,8%) estão cursando enfermagem, 60 (22,6%) farmácia e 59 (22,2%) arquitetura e urbanismo. Sendo assim, os dados dessa pesquisa mostraram que a amostra é majoritariamente composta por participantes da área da saúde.

Os dados do conhecimento e conceito de medula óssea estão apresentados conforme o quadro 2.

Quadro 2: Conhecimento e conceito de medula óssea de n = 266 acadêmicos. Lins-SP, 2022.

Perguntas

Respostas

N

%

Você sabe o que é medula óssea?

Liquido cefalorraquidiano presente dentro da coluna vertebral

142

53,6%

Células-tronco encontradas no interior de grandes ossos.

81

30,6%

Célula encontrada no sangue

8

3,0%

Não sei responder

34

12,8%

       

Você conhece o processo de cadastro para doação de medula óssea?

Sim

41

15,4%

Não

225

84,6%

       

Você já ouviu falar no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea)?

Sim

79

29,6%

Não

186

70,1%

Não responderam

1

0,3%

       

Você sabe como é feito a coleta de medula óssea do doador para que seja realizado o transplante?

Sim

141

53,0%

Não

125

47,0%

       

Se sim, como ele é feito?

Através de uma punção na coluna vertebral

105

74,5%

Através de uma punção de grandes ossos

31

22,0%

Através da doação de sangue

5

3,5%

     
       

Você é um doador de medula óssea cadastrado no REDOME?

Sim

19

7,2%

Não

245

92,2%

Não responderam

2

0,6%

       

Você aceitaria realizar o cadastro no REDOME para ser um doador de medula óssea? (O cadastro é realizado através de uma simples coleta de amostra de sangue)

Sim

151

56,9%

Não

112

42,2%

Não responderam

3

0,9%

       
 

Medo de doar

66

58,4%

Se você respondeu de forma negativa a questão anterior, mencione uma razão para não realizar o seu cadastro no REDOME?

Falta de tempo

7

6,2%

Falta de informação

30

26,5%

Falta de interesse em realizar o cadastro

8

7,1%

Falta de campanha de incentivo

2

1,8%

Distância ao hemocentro

3

2,7%

Sou transplantado de medula / Tenho problemas cardíacos / meu peso ser pouco / nenhuma das alternativas.

1 resposta de cada

0,9% cada opção

       

Em relação ao processo de transplantes propriamente dito, você sabe como ele é administrado no receptor?

Sim

48

18,0%

Não

218

82,0%

       

Se sim, como ele é feito?

Através de uma infusão na coluna

vertebral

22

45,8%

Através de uma infusão no

interior de grandes ossos

4

8,4%

Através de uma infusão simples,

como receber uma bolsa de sangue

22

45,8%

Fonte: Elaborado pelos autores. 2022.

Em relação ao conhecimento sobre o que é a medula óssea, a maioria dos participantes não soube responder adequadamente, sendo que 142 (53,6%) responderam ser líquido cefalorraquidiano presente dentro da coluna vertebral e apenas 81 (30,6%) responderam corretamente que medula são células-tronco encontradas no interior de grandes ossos. Diante dos dados coletados, fica evidente que a maior parte dos entrevistados não tem o conhecimento do que realmente é a medula óssea e onde ela se localiza. Tendo em vista que a maioria dos participantes são alunos do curso de enfermagem e farmácia é notável a falta de conhecimento dos mesmos para o presente tema, entretanto, se fosse um tema mais abordado e de fácil propagação talvez os números fossem diferentes(10).

Em relação ao conhecimento sobre o processo de cadastro para doação de medula óssea 225 (84,6%) responderam que não conhecem o processo e apenas 41 (15,4%) dos entrevistados afirmaram conhecer. A falta de conhecimento sobre como é realizado o cadastro no REDOME contribui para a baixa procura ao cadastro pela população jovem(10).

Quando questionados se já ouviram falar do REDOME 186 (70,1%) participantes desconheciam, enquanto 79 (29,6%) participantes responderam que já ouviram falar. A falta de conhecimento sobre o REDOME foi evidente, o que dificulta o processo de encontrar um doador compatível devido a pouca quantidade de cadastros realizados, outro fator que dificulta encontrar o doador compatível, é a falta de atualização cadastral no sistema. Como essa temática é pouco discutida no âmbito acadêmico, o conhecimento dos discentes referente ao assunto fica prejudicado(11).

A respeito do conhecimento para coleta da medula óssea para realizar o transplante 141 (53%) participantes responderam que sabem como é feito e 125 (47,0%) responderam que não sabem. Mas, quando questionados sobre como é realizado esse procedimento 105 (74,5%) relataram de forma errônea dizendo ser através de uma punção da coluna vertebral, enquanto 31 (22,0%) responderam corretamente que é realizado através de uma punção de grandes ossos(11).

A doação de medula óssea ainda é considerada um tabu para a sociedade, tendo em vista a falta de conhecimento a respeito do processo de doação de medula óssea como evidenciado pela pesquisa, onde a grande maioria não sabe informar a forma correta para a doação(11).

Sobre ser um doador de medula óssea estando cadastrado no banco de dados do REDOME, 245 (92,2%) participantes responderam não ser cadastrado e apenas 19 (7,2%) já são cadastrados no REDOME. Observando que a temática é um assunto pouco falado na sociedade, e em âmbito educacional, é notável que exista uma dificuldade por falta de orientação e divulgação para obter mais conhecimento e se cadastrar ou quando o hemocentro é muito longe de sua moradia, o que dificulta o acesso associado à falta de incentivo governamental para o deslocamento. Competem as instituições formadoras e aos discentes dos cursos da área da saúde a divulgação e incentivo ao cadastro no REDOME(12).

Quando questionados se aceitariam realizar o cadastro no REDOME para ser um possível doador de medula óssea 151 (56,9%) participantes responderam positivamente, enquanto 112 (42,2%) não aceitaram realizar o cadastro. Ao serem interrogados sobre a razão pela qual não tinham interesse em realizar o seu cadastro no REDOME, 66 (58,4%) afirmaram ter medo de doar, 30 (26,5%) por falta de informação e 8 (7,1%) por falta de interesse.

Observa-se que 8 dos participantes responderam a questão de forma errônea já que não responderam de forma negativa a pergunta anterior. Como observado à falta de conhecimento do processo dificulta que mais pessoas realizem o cadastro como doador de medula óssea, visto que a falta de conhecimento e de propagação do assunto é a principal causa(12).

Em relação ao processo de transplante para o receptor 218 (82,0%) participantes responderam não saber como é realizado e 48 (18%) disseram que sabem como é realizado. Contudo, quando questionados de como é feito esse processo a maioria respondeu de forma errônea, 22 (45,8%) participantes disseram ser através de uma infusão na coluna vertebral e 22 (45,8%) responderam de forma correta, sendo através de uma infusão simples, como receber uma bolsa de sangue. Observado que a maioria dos participantes não obteve êxito em sua resposta comprova que a desatualização é muito predominante, visto que esses assuntos não são abordados para que as pessoas possam se cadastrar no REDOME, e que a falta de divulgação para o esclarecimento da população é notável(10).

A pesquisa contou com a participação de um entrevistado que já realizou o transplante de medula óssea, onde foi possível observar a importância do cadastro ao REDOME, e a frequente atualização do mesmo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no questionário aplicado aos 266 participantes da pesquisa, tem-se que a maioria dos entrevistados é do sexo feminino, possuem entre 18 e 26 anos de cor/raça branca, matriculados na área da saúde, e que não possuem conhecimento sobre o processo de transplante de medula óssea, assim como, o que é medula óssea e seu transplante, e onde é realizada a punção para coleta da medula. O conhecimento dos alunos da instituição de ensino é insatisfatório, visto que a maioria desconhece as informações a respeito do processo, até mesmo a pessoa que já foi transplantado tem o conhecimento insuficiente de todo o processo envolvido.

Evidencia-se que uma escassa parcela dos entrevistados é cadastrada no REDOME e quase metade dos entrevistados não tem interesse em se cadastrar, o que deixa claro que a falta de informações e/ou divulgação sobre o processo de cadastro e doação de medula óssea é a principal barreira para que os participantes obtenham conhecimento.

É notório que as instituições de ensino superior e os docentes, principalmente da área da saúde, devem incentivar e promover informações sobre o processo de cadastro no REDOME, aos universitários, com intuito de aumentar a perspectiva de vida das pessoas com câncer hematológico que esperam por um transplante.

Conclui-se que a presente pesquisa demonstrou uma falha no conhecimento dos graduandos sobre o processo de doação de medula óssea, entretanto, uma grande parcela dos participantes demonstra interesse em realizar o cadastro no REDOME o que remete a afirmação que mesmo com a falta de informações as pessoas pensam em ajudar o próximo através do transplante de órgãos e tecidos.

REFERÊNCIAS

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