PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE AUDIOVISUAL NA INF NCIA: UMA VISÃO HOLÍSTICA

PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE AUDIOVISUAL NA INFÂNCIA: UMA VISÃO HOLÍSTICA

AUDIOVISUAL HEALTH PROMOTION AND PREVENTION IN CHILDHOOD: A HOLISTIC VIEW

AUDIOVISUAL PROMOCIÓN Y PREVENCIÓN DE LA SALUD EN LA INFANCIA: UNA VISIÓN HOLÍSTICA

AUTORES

Cintia Purificação Dias. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. São Paulo – SP.  ORCID: https://orcid.org/0009-0000-3223-7799

Débora Maria Lopes Santana. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. São Paulo – SP. ORCID: https://orcid.org/0009-0001-7106-922X 

Gabrieli Barros Paulo. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. São Paulo – SP.  ORCID: https://orcid.org/0009-0009-6001-5136

Ilaine Freire de Jesus. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. São Paulo – SP.  ORCID: https://orcid.org/0009-0003-6578-116X

Juvens Vilse. Acadêmico de Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. São Paulo – SP.  ORCID: https://orcid.org/0009-0001-4851-5068

Milene Cristina Costa Guimarães. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. São Paulo – SP.  ORCID: https://orcid.org/0009-0005-4801-2849

Rafaela Germano de Castro Silva. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. São Paulo – SP.  ORCID: https://orcid.org/0009-0009-7626-1008

Thamires Cristiane de Medeiros Borralho. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. São Paulo – SP.  ORCID: https://orcid.org/0009-0008-8616-516X

Valéria Jeronimo Comitre. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. São Paulo – SP. ORCID: https://orcid.org/0009-0008-1889-087X 

Magda Rodrigues Leal. Enfermeira, Especialização em Administração Hospitalar, Especialização em  Obstetrícia, Especialização em Saúde Coletiva com Ênfase em Saúde da Família, Mestre em Ciências da Saúde,  pelo Servidor Público Estadual, São Paulo. Docente do Curso de Enfermagem– Universidade UNINOVE- SP - ORCID:https://orcid.org/0000-0003-1021-0696. 

RESUMO:

Características que permeiam promoção e prevenção da saúde audiovisual podem exercer influencias comunicativas na infância por meio de maturação de habilidades ao qual está inserido. Assim, visão e audição exercem um papel crucial quanto ao desenvolvimento cognitivo infantil, sendo o tão logo o diagnóstico precoce realizado no que tange alterações oculares e auditivas identificadas contribuindo para minimizar comprometimentos no desenvolvimento infantil. Objetivo: Identificar por meio da literatura a relação entre promoção e prevenção da saúde audiovisual e o impacto na qualidade de vida das crianças na faixa etária de 0 a 11 anos, especificando a função dos profissionais de saúde, pais, responsáveis e professores. Método: Trata-se de uma Revisão da literatura, realizada entre fevereiro a junho de 2023 incluindo artigos científicos, selecionados e publicados de 2013 a 2023, em português, inglês e espanhol nas bases de dados: Pubmed, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Web of Science, Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), Ministério da Saúde, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), biblioteca digital da instituição Universidade nove de Julho por meio dos descritores em inglês e português, saúde ocular, saúde auditiva, criança, pré-escolar e desenvolvimento infantil. Resultados: Após aplicação dos critérios de inclusão/exclusão perfizeram o montante de 77 artigos e após análise criteriosa por pares foram elegíveis 33 artigos que fizeram parte do contingente de artigos para a pesquisa. Conclusão: Constatou-se que a partir do momento onde são realizadas as orientações necessárias e exames periódicos ocorre uma diminuição no surgimento de alterações oculares ou auditivas; tratando-se de disfunções audiovisuais já diagnosticadas, medidas de tratamento melhoram não apenas a qualidade de vida bem como o desenvolvimento cognitivo, a título de exemplo temos o aparelho auditivo, prótese auricular, óculos ou lente de contato, ensino e aprendizagem com libras e braile.  

Descritores: Acuidade visual; Criança; Pré-escolar; Percepção auditiva; Saúde holística

ABSTRACT

Characteristics that permeate audiovisual health promotion and prevention can exert communicative influences in childhood through the maturation of skills to which it is inserted. Thus, vision and hearing play a crucial role in children's cognitive development, and as soon as the early diagnosis is made with regard to ocular and auditory alterations identified, contributing to minimize impairments in child development. Objective: To identify, through the literature, the relationship between audiovisual health promotion and prevention and the impact on the quality of life of children aged 0 to 11 years, specifying the role of health professionals, parents, guardians and teachers. Method: This is a literature review, carried out between February and June 2023, including scientific articles, selected and published from 2013 to 2023, in Portuguese, English and Spanish in the following databases: Pubmed, Virtual Health Library (VHL), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS), Web of Science,  Federal Council of Nursing (COFEN), Ministry of Health, Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES), digital library of the institution Universidade nove de Julho through the descriptors in English and Portuguese, eye health, hearing health, child, preschool and child development. Results: After applying the inclusion/exclusion criteria, a total of 77 articles were totaled and, after careful peer review, 33 articles were eligible to be included in the contingent of articles for the research. Conclusion: It was found that from the moment the necessary orientations and periodic examinations are carried out, there is a decrease in the appearance of ocular or auditory alterations; In the case of audiovisual dysfunctions already diagnosed, treatment measures improve not only the quality of life but also cognitive development, for example we have hearing aids, ear prostheses, glasses or contact lenses, teaching and learning with Libras and Braille. 

Keywords: Visual acuity; Child; Preschool; Auditory perception; Holistic Health

RESUMEN

Las características que permean la promoción y prevención de la salud audiovisual pueden ejercer influencias comunicativas en la infancia a través de la maduración de las habilidades a las que se inserta. Así, la visión y la audición juegan un papel crucial en el desarrollo cognitivo de los niños, y desde el momento en que se realiza el diagnóstico precoz con respecto a las alteraciones oculares y auditivas identificadas, contribuyen a minimizar las deficiencias en el desarrollo infantil. Objetivo: Identificar, a través de la literatura, la relación entre la promoción y prevención de la salud audiovisual y el impacto en la calidad de vida de los niños de 0 a 11 años, especificando el papel de los profesionales de la salud, padres, tutores y docentes. Método: Se trata de una revisión bibliográfica, realizada entre febrero y junio de 2023, que incluye artículos científicos, seleccionados y publicados entre 2013 y 2023, en portugués, inglés y español en las siguientes bases de datos: Pubmed, Biblioteca Virtual en Salud (BVS), Biblioteca Científica Electrónica Online (SciELO), Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud (LILACS), Web of Science,  Consejo Federal de Enfermería (COFEN), Ministerio de Salud, Coordinación para el Perfeccionamiento del Personal de Nivel Superior (CAPES), biblioteca digital de la institución Universidade nove de Julho a través de los descriptores en inglés y portugués, salud ocular, salud auditiva, infantil, preescolar y desarrollo infantil. Resultados: Después de aplicar los criterios de inclusión/exclusión, se totalizaron un total de 77 artículos y, después de una cuidadosa revisión por pares, 33 artículos fueron elegibles para ser incluidos en el contingente de artículos para la investigación. Conclusión: Se encontró que desde el momento en que se realizan las orientaciones necesarias y los exámenes periódicos, se produce una disminución en la aparición de alteraciones oculares o auditivas; En el caso de las disfunciones audiovisuales ya diagnosticadas, las medidas de tratamiento mejoran no solo la calidad de vida sino también el desarrollo cognitivo, por ejemplo tenemos audífonos, prótesis auditivas, gafas o lentes de contacto, enseñando y aprendiendo con Libras y Braille. 

Descriptores: Agudeza visual; Niño; Preescolar; Percepción auditiva; Salud holística

Recebido: 21/12/2023 Aprovado: 09/02/2024

Tipo de artigo: Revisão Sistemática

INTRODUÇÃO

A visão e audição desempenham um importante papel no desenvolvimento cognitivo infantil, logo o diagnóstico precoce e tratamento de alterações oculares bem como auditivas, podem prevenir ou amenizar possíveis sintomatologias a longo prazo (1,2).

O sentido sensorial menos desenvolvido no RN (recém-nascido) é a visão. Ao passar dos meses, ela se evolui e começa a ganhar forma e nitidez até a sua perfeita maturação, que ocorre por volta dos sete anos de idade. Durante esse processo, caso a criança sofra alguma disfunção ocular, ocorrerá por consequência uma perda ou diminuição da acuidade visual, isto é, da qualidade de sua visão e um prejuízo funcional. Portanto, é necessário que uma triagem seja feita de forma regular (3-6).

Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), o Teste do Reflexo Vermelho (teste do olhinho como é dito popularmente), deve ser realizado no RN em até 72 horas após o nascimento e depois periodicamente a cada três meses, durante os primeiros três anos de vida pelo pediatra nas consultas. Além disso, outros métodos são utilizados para avaliação em crianças ainda no desenvolvimento da fala como o teste de Teller e RAD; tratando-se de escolares que estão em processo de alfabetização, é indicado o de Snellen (uma tabela onde espera-se que o indivíduo consiga enxergar à uma distância de 6 metros, atingindo assim uma proporção de 20/20. Se o valor, porém, for superior, entende-se que há um comprometimento da acuidade visual) (1,3,7,8).  

Através dos testes citados, são detectadas e diagnosticadas patologias oculares como Retinoblastoma (tipo raro de câncer ocular, que ocorre antes dos 5 anos de idade. De acordo com o Ministério da Saúde, representa cerca de 3% das neoplasias infantis, chegando a uma média de 400 casos por ano), Ambliopia (irregularidades nos processos visuais causadas por privação visual ou interação binocular anormal, caracterizado por sensibilidade ao contraste uni ou bilateralmente), Catarata, Glaucoma, dentre outros (1,9,10). Como também, erros refrativos, que constituem os tipos mais comuns de transtornos visuais, são eles: miopia, hipermetropia e estrabismo. Estudos apontam que uma vez iniciado o tratamento de forma imediata, há uma melhora na qualidade de vida e resolutividade em relação ao problema oftalmológico. Tendo em vista isso, segundo dados publicados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia estima-se que, no Brasil, cerca de 29 mil crianças perdem a visão por disfunções oculares que era possível ser evitadas ou corrigidas de forma precoce (4,11-13)

Se por um lado a visão é o último sentido a ser desenvolvido pelo RN, a audição é o primeiro utilizado ainda intrauterino e logo após o parto, o principal estímulo sensorial do seu entorno, progredindo nas primeiras semanas. O RN com dois dias de vida, tem a capacidade de reconhecimento e lembrança de uma palavra escutada no dia anterior; com um mês de idade, o lactente identifica sons monossilábicos; por volta de três a quatro meses, ele é capaz de compreender e recordar de algumas frases em um breve intervalo. Portanto, alterações auditivas podem retardar a evolução das habilidades cognitivas como a fala e o dialeto (14)

Em uma perda auditiva leve à moderada, o RN possui uma audição suficiente para processar informações linguísticas com uso de aparelho auditivo. Já na perda severa à profunda, há a impossibilidade de desenvolvimento da fala com ou sem o auxílio da prótese auricular (13)

Com o intuito de detectar esses casos, as Emissões Otoacústicas Evocadas (conhecido como “teste da orelhinha”) deve-se ser realizado em todas as maternidades e hospitais, de acordo com a lei 12303/10, junto com o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Automático (PAETE-A) preferencialmente, nos primeiros dias de vida, entre 24h à 48h após o nascimento; e uma audiometria quando necessário (15-18).

Em seguida, com base na etiologia, inicia-se a terapia preconizada visando alcançar uma saúde auditiva, isto é, a preservação de sua funcionalidade. Conforme informações do censo feito em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 114 mil e 554 crianças têm alguma deficiência auditiva (19,20).

Dada a importância dos dois sentidos fundamentais no processo do desenvolvimento humano, o confinamento ocasionado pela Covid-19 trouxe consigo alguns impactos. Neste período, o uso de fones de ouvido e aparelhos portáteis (notebooks, smartphones, tablets e similares) passaram a ser recorrentes e em tempo prolongado, ocasionando em um aumento do índice de míopes e no surgimento de queixas auditivas na faixa etária de 5 a 11 anos. Estudos apontam que passar pouco tempo ao ar livre e utilizar dispositivos eletrônicos em excesso e a uma curta distância são fatores predisponentes para o aumento de miopia em escolares. E, se expor a ruídos sonoros de alta frequência lesiona as células ciliadas da orelha interna, que por si só são sensíveis e não se regeneram, levando, portanto, a uma surdez irreversível (13,21-26).

Considerando o que foi abordado anteriormente, pais ou responsáveis em conjunto com os profissionais de saúde e professores devem ter um papel ativo na sociedade, seja através de orientações para o público infantil quanto ao uso correto das tecnologias atuais, explicando suas possíveis consequências a longo prazo, como também na identificação de sinais e sintomas que podem indicar alguma irregularidade, sendo os mais comuns a fotofobia, o franzir das pálpebras e a falta de resposta ao ser chamado (5,21). Portanto, o objetivo, desta pesquisa foi identificar por meio da literatura a relação entre promoção e prevenção da saúde audiovisual e o impacto na qualidade de vida das crianças na faixa etária de 0 a 11 anos, especificando a função dos profissionais de saúde, pais, responsáveis e professores. 

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão bibliográfica, de caráter descritivo, com abordagem qualitativa. Para atender o objetivo deste trabalho buscou-se por estudos nas respectivas bases de dados como Pubmed, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Web of Science, Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), Ministério da Saúde, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), biblioteca digital da instituição Universidade Nove de Julho por meio dos descritores em inglês e português selecionados nos Descritores em Ciências da Saúde / Medical Subject Headings (Decs/Mesh), sendo eles: saúde ocular, saúde auditiva, criança, pré-escolar e desenvolvimento infantil. Assim foram identificadas 77 referências bibliográficas, dentre as quais apenas 33 foram utilizadas após criteriosa análise, conforme os seguintes critérios de inclusão: período de publicação de artigos referente aos últimos 10 anos, de 2013 a junho de 2023 com a temática de promoção ou prevenção à saúde auditiva ou visual, na faixa etária entre 0 a 11 anos incompletos. Logo, aqueles que não atenderam a estes critérios, foram descartados. 

RESULTADOS

Quadro 1- Apresentação da caracterização dos principais estudos desenvolvidos incluídos na revisão bibliográfica mediante as Bases de dados: Bases de dados, Pais de origem, Título, Tipo de estudo, Autores, Periódico e ano de publicação, São Paulo- SP. 2023.


Bases de dados


Local estudo/ Pais de origem


Título


Tipo de estudo


Autores


Periódico e ano de publicação

PUBMED

China

Pediatric Myopia Progression During the COVID-19 Pandemic Home Quarantine and the Risk Factors: A Systematic Review and Meta-Analysis

Revisão sistemática e meta análise

Yang Z, Wang X, Zhang S, Ye H, Chen Y, Xia Y

Rev Frontiers 2022

Biblioteca digital de instituição privada

Brasil

Fundamentos de Enfermagem Pediátrica.

Literatura

Hockenberry MJ, Wilson D, Rodgers CC

Elsevier, 2018

PUBMED

Estados Unidos

Screening, Diagnosis, and Treatment of Pediatric Ocular Diseases

Revisão narrativa?

Lam M, Suh D

Children, 2022

SCIELO

Brasil

Avaliação de um programa de triagem auditiva neonatal

Estudo quantitativo, transversal e retrospectivo

Marinho ACA, Pereira ECS, Torres KKC, Miranda AM, Ledesma ALL

Revista de Saúde Pública, 2020

COFEN

Brasil

Parecer Normativo Nº 002/2016. Dispõe sobre a realização da Triagem Auditiva Neonatal por profissional enfermeiro

Parecer

Leocádio MASCL, Piedade SMN, Siqueira RC, Paz EPA

COFEN, 2016

Ministério da Saúde

Brasil

Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância: detecção e intervenção precoce para prevenção de deficiências visuais

Diretrizes

 

Ministério da Saúde, 2016

Biblioteca digital de instituição privada

Brasil

Procedimentos de Enfermagem Pediátrica

Literatura

Bowden VR, Greenberg CS

Guanabara Koogan, 2013.

Cofen

Brasil

Parecer Normativo Nº 034/2021. Dispõe sobre legalidade acerca da realização dos testes de acuidade visual e espirometria por enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Parecer

Canavezi CM

COFEN, 2021

CAPES

Brasil

Deficiência Auditiva e o Atendimento Educacional Especializado

Literatura

Junior FVB, Bedaque SAP

EdUFERSA, 2015

Revista Atenas Higeia

Brasil

Promoção da Saúde Ocular em Crianças e Adolescentes: Relato de Experiência de Estudantes de Medicina

Estudo descritivo

analítico

Almeida AC, Bispo VN, Nanes G, Leão A, Ramos AM, Souza GCRM, Lopes FS, Lima MO et al

Revista Atenas Higeia, 2021

PUBMED

Polônia

A review on the epidemiology of myopia in school children worldwide

Revisão bibliográfica

Grzybowski A, Kanclerz P, Tsuboa K, Lanca C, Saw SM

BMC Ophthalmology, 2020.

Revista da Extensão

Brasil


Saúde Auditiva e Equilíbrio Corporal na Escola: Programa de Extensão Acadêmica

Pesquisa de campo

Wolff CL, Sleifer P, Lima MS, Santos TVR

Revista da Extensão, 2021

Rev. Eletrônica Acervo Saúde

Brasil


Avaliação da Acuidade Visual em Estudantes de Ensino Fundamental realizada por acadêmicos de Enfermagem: Um Relato de Experiência.

Relato de experiência

Anjos JSM, Martins BS, Pereira IAS, Ferreira PL, Lima VS, Lopes ACS, Ferreira MVR, Soares SMB et al

Rev. Eletrônica Acervo Saúde, 2023

PUBMED

Austrália


Association between digital smart device use and myopia: a systematic review and meta-analysis

Revisão sistemática e meta-análise

Foreman J, Salim AT, Praveen A, Fonseka D, Ting D, He MG, Bourne RRA, Crowston J et al

Rev Lancet Digit Health, 2021

Fonte: autores, 2023. 

DISCUSSÃO

Em busca de proporcionar uma melhor qualidade de vida para as crianças, ações de promoção e prevenção da saúde audiovisual devem ser realizadas por profissionais de saúde, pais e professores na dinâmica do dia a dia (22).

A primeira linha de cuidado e observação que o recém-nascido recebe, inicialmente, é com o enfermeiro. Por meio do exame físico realizado pelo profissional é possível levantar, por exemplo, uma suspeita de deficiência auditiva, justificada pela falta do reflexo de moro ou de piscar diante de um som intenso (13). Dando sequência à triagem neonatal, para detecção de disfunção ocular ou auditiva é feito o Teste do Reflexo Vermelho, Emissões Otoacústicas Evocadas e a fins de reteste em casos do RN apresentar algum indicador para deficiência auditiva (prematuridade, permanência na Unidade de Terapia Intensiva e infecção por citomegalovírus, dentre outros), o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Automático (PAETE-A). Sendo o enfermeiro legalmente respaldado para a aplicação dos testes, desde que treinado e capacitado (1,15,16,27-29)

Além disso, o enfermeiro, também, exerce um papel de educador em saúde, logo deve orientar os pais ou responsáveis a respeito do uso consciente de tecnologias, dentre as quais não permitir com que o lactente passe tempos prolongados na frente de um smartphone, a uma curta distância e exposto a ruídos de alta intensidade, prevenindo, portanto, o surgimento de sintomatologias a longo prazo. Vale ressaltar que pelo fato da Otite Média Crônica ser frequente, logo é fundamental tratar e prevenir infecções existentes. Se, todavia, a criança for diagnosticada com alguma deficiência auditiva ou visual, deve-se oferecer suporte aos responsáveis para encontrar alternativas que ajudem no processo do desenvolvimento cognitivo. Quanto a assistência prestada em hospitalizações nestas situações, a abordagem deverá ser dinâmica e com o intuito de explicar e orientar sobre todos os procedimentos, pode-se utilizar gestos por meio da mímica aliado ao uso de objetos e figuras para passar a informação desejada (15,23-25)

Assim que esta criança chegar na fase escolar, cabe ao professor reforçar ao aluno sobre as mesmas orientações relacionadas à preservação da visão e audição, ficar atento aos sinais apresentados pelo mesmo como falta de resposta ao ser chamado, franzir das pálpebras, necessidade de se aproximar da lousa, pois são indicativos de alguma irregularidade e comunicar aos seus responsáveis para uma possível realização de audiometria e Teste Optométrico, sendo, inclusive, legalmente respaldado a aplicação do mesmo pelo enfermeiro. Em casos de deficiências auditivas ou visuais, acompanhar ou fazer parte do Atendimento Educacional Especializado, iniciando o processo de aprendizagem com Libras (Língua Brasileira de Sinais) ou incentivar o uso de recursos como audiolivros e a leitura em braile (5,15,28-33)

Dessa forma, haja vista o trabalho em rede, em conjunto entre profissionais de saúde, pais e professores com o intuito de promover e prevenir a saúde audiovisual, o resultado esperado acabará sendo uma consequência.

CONCLUSÃO

O intuito desta revisão bibliográfica foi atualizar e trazer conhecimento frente a vários questionamentos na sociedade acadêmica voltada à área de saúde, mostrando qual a importância e influência da promoção e prevenção da saúde audiovisual na infância, evidenciando através da literatura a função dos profissionais de saúde, responsáveis e professores.

Através dos dados levantados, o objetivo de pesquisa foi atingido. Constatou-se que a partir do momento onde são realizadas as orientações necessárias e exames periódicos ocorre uma diminuição no surgimento de alterações oculares ou auditivas; tratando-se de disfunções audiovisuais já diagnosticadas, medidas de tratamento melhoram não apenas a qualidade de vida bem como o desenvolvimento cognitivo, a título de exemplo temos o aparelho auditivo, prótese auricular, óculos ou lente de contato, ensino e aprendizagem com libras e braile. 

Mediante a pesquisa realizada ocorreu dificuldade em encontrar informações sobre determinados assuntos e com isso, sugerimos futuros estudos relacionados à temática de acuidade visual e saúde auditiva infantil voltado ao período pós pandemia Covid-19 e suas implicações. Além disso, trabalhos voltados à relação entre exposição prolongada a ruídos sonoros de alta intensidade em decibéis com possíveis consequências a longo prazo e sobre a conscientização da aplicabilidade da triagem neonatal com acompanhamento ideal até os 6 anos de idade. 

REFERÊNCIAS

1- Lam M, Suh D. Screening, Diagnosis, and Treatment of Pediatric Ocular Diseases. Children. 2022;9(1939):1-17. Disponível em: https://www.mdpi.com/2227-9067/9/12/1939

 

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5- Almeida AC, Bispo VN, Nanes G, Leão A, Ramos AM, Souza GCRM, Lopes FS, Lima MO et al. Promoção da Saúde Ocular em Crianças e Adolescentes: Relato de Experiência de Estudantes de Medicina. Revista Atenas Higeia. 2021;3(2)37-42. Disponível em: http://atenas.edu.br/revista/index.php/higeia/article/view/123 

 

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7- Freire TR, Pimentel MRAR. Identificação da acuidade visual em crianças que não sabem ler: estudo bibliométrico. Research, Society and Development. 2022;11(10 )1-9. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/33125

 

8- Rossetto JD, Hopker LM, Carvalho LEMR, Vadas MG, Zin AA, Mendonça TS; Solé D, Silva LR et al. Brazilian guidelines on the frequency of ophthalmic assessment and recommended exams in healthy children under 5 years of age. Arq Bras Oftalmol. 2021;84(6)561-68. Disponível em: https://aboonline.org.br/details/6138/en-US/brazilian-guidelines-on-the-frequency-of-ophthalmic-assessment-and-recommended-examinations-in-healthy-children-younger-than-5-years

 

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14- Papalia DE, Martorell G. Desenvolvimento humano. 14 ed. Porto Alegre- RS: AMGH Editora; 2022. 

 

15- Marinho ACA, Pereira ECS, Torres KKC, Miranda AM, Ledesma ALL. Avaliação de um programa de triagem auditiva neonatal. Rev. Saúde Pública. 2020;54(44):01-09. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/B6rHmkSp5Qncfb7MdKFN3jH/?lang=pt&format=pdf#:~:text=RESULTADOS%3A%20Foram%20triados%203.981%20neonatos,foi%20de%200%2C3%25

 

16- Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Parecer Normativo Nº 002/2016. Dispõe sobre a realização da Triagem Auditiva Neonatal por profissional enfermeiro. Brasília - DF; 2016. 

 

17-  Carneiro CS, Pereira MCCS, Lago MRR. Monitoramento Audiológico em Bebês com Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva. Distúrbios Comum, São Paulo. 2016;28(3):512-22. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/dic/article/view/26526 

 

18- Brasil. Lei Nº 12.303, de 2 de agosto de 2010. Lei do Teste da Orelhinha. Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização do exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas. Diário Oficial União. 2 ago 2010; Seção 1:1.

 

19- Cavalcanti HG. Melo LPF. Buarque LFSFP. Guerra RO. Overview of newborn hearing screening programs in

Brazilian maternity hospitals. Rev Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2014;80(4):346-53. Disponível em: https://reader.elsevier.com/reader/sd/pii/S180886941400007X?token=4A78378350E23777AACE50A800CBC7840507770C950FFD67905F5AA17797ADA6C40AFC08824215AD7FCCF08FB1DAA890&originRegion=us-east-1&originCreation=20230326194349

 

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33- Junior FVB, Bedaque SAP. Deficiência Auditiva e o Atendimento Educacional Especializado. Rio Grande do Norte - Mossoró: EdUFERSA; 2015.