ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

NURSING CARE FOR PATIENTS WITH AUTISM SPECTRUM DISORDER (ASD)

ATENCIÓN DE ENFERMERÍA A PACIENTES CON TRASTORNO DEL ESPECTRO AUTISTA (TEA)

Laiury Mendes Cosme Santos

Egressa de Enfermagem pela Universidade Paulista (UNIP) campus Goiânia- Flamboyant. Goiânia, Goiás, Brasil.

ORCID: https://orcid.org/0009-0006-7669-9999 

Francesca Faria Ferreira Rezende

Egressa de Enfermagem pela Universidade Paulista (UNIP) campus Goiânia- Flamboyant. Goiânia, Goiás, Brasil.

ORCID: https://orcid.org/0009-0006-2104-2578

Alessandra Maria de Oliveira Lear

Egressa de Enfermagem pela Universidade Paulista (UNIP) campus Goiânia- Flamboyant. Goiânia, Goiás, Brasil.

ORCID: https://orcid.org/0009-0008-0149-9743

Xisto Sena Passos

Doutor em Medicina Tropical. Professor Adjunto da Universidade Paulista (UNIP) campus Goiânia- Flamboyant. Goiânia, Goiás, Brasil.

ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5718-5323

Raylander Palhares Batista

Enfermeiro Esteticista. Docente Curso de Enfermagem da Faculdade Sudamérica. Aparecida de Goiânia, Goiás, Brasil.

ORCID: https://orcid.org/0009-0003-3815-1429

Lucas Manoel dos Santos Lourenço

Enfermeiro Especialista em Captação e Doação de Órgãos e Tecidos. Docente Curso de Enfermagem da Faculdade Sudamérica. Aparecida de Goiânia, Goiás, Brasil.

ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8726-6917

Janderson Castro dos Santos

Doutor em Saúde Pública. Doutorando em farmacologia da Universidade Federal do Piaui. Teresina, Piauí, Brasil. E-

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7508-5358 

Iel Marciano de Moraes Filho

Doutor em Sociedade, Tecnologia e meio ambiente. Professor Adjunto da Universidade Paulista (UNIP) campus Goiânia-Flamboyant. Goiânia, Goiás, Brasil.

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0798-3949.

RESUMO

Objetivo: descrever perante a literatura a assistência de enfermagem dispensada às pessoas com TEA. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa realizada nas bases de dados: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Portal de Periódicos CAPES. A partir dos critérios inclusão e exclusão, foram selecionados 17 artigos. Resultados: observou-se que há inserido em cada profissional uma visão fragmentada sobre os pacientes autistas. O conhecimento empírico sobrepôs-se ao científico e com isso a assistência aos pacientes do TEA mostrou-se vulnerável. Conclusão: Em relação aos resultados alcançados, foi observado que o enfermeiro é o membro da equipe de saúde que mais interage com o cliente autista. Além disso, ele pode desempenhar seu papel ajudando tanto a família quanto a comunidade. No entanto, a literatura indica uma escassez de enfermeiros devidamente treinados. Essa deficiência sugere a necessidade de implementar políticas públicas que incentivem o aprimoramento profissional dos enfermeiros.

DESCRITORES: Cuidados de Enfermagem; Transtorno do Espectro Autista; Transtorno Autístico Abstract; Autismo Infantil.

ABSTRACT

Objective: Describing nursing care provided to individuals with Autism Spectrum Disorder (ASD) in the literature. Methods: This study conducts an integrative review using the databases Virtual Health Library (VHL) and CAPES Periodicals Portal. Seventeen articles were selected based on inclusion and exclusion criteria. Results: It's evident that healthcare professionals often hold a fragmented view of autistic patients, where empirical knowledge tends to overshadow scientific insights, rendering care for individuals with ASD vulnerable. Conclusion: Our findings highlight nurses as the primary healthcare providers interacting with autistic clients. They play a crucial role in supporting both families and communities. However, the literature indicates a shortage of adequately trained nurses, underscoring the need for public policies promoting their professional development.

KEYWORDS: Nursing care; Autism Spectrum Disorder; Autistic Disorder; Childhood Autism.

RESUMEN

Objetivo: describir, según la literatura, la atención de enfermería brindada a las personas con TEA.Métodos: se trata de una revisión integrativa realizada en las bases de datos: Biblioteca Virtual en Salud (BVS) y el Portal de Periódicos de CAPES. A partir de criterios de inclusión y exclusión, se seleccionaron 17 artículos.Resultados: se observó que cada profesional tiene una visión fragmentada sobre los pacientes con autismo. El conocimiento empírico predominó sobre el científico, lo que hizo que la atención a los pacientes con TEA fuera vulnerable.Conclusión: en relación con los resultados alcanzados, se observó que el enfermero es el miembro del equipo de salud que más interactúa con el cliente con autismo. Además, puede desempeñar su papel ayudando tanto a la familia como a la comunidad. Sin embargo, la literatura indica una escasez de enfermeros debidamente capacitados. Esta deficiencia sugiere la necesidad de implementar políticas públicas que fomenten el desarrollo profesional de los enfermeros.

DESCRIPTORES: Atención de Enfermería; Trastorno del Espectro Autista; Trastorno Autístico; Autismo Infantil.

Recebido: 10/12/2024 Aprovado: 22/12/2024

Tipo de artigo: Revisão Integrativa

INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurodesenvolvimental caracterizado por déficits na comunicação, interação social, padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades1.

Segundo dados de Centers for Disease Control and Prevention (CDC), em 2020, existia um caso de Transtorno do Espectro Autista (TEA) para cada 36 crianças de 8 anos nos Estados Unidos da América (EUA). No Brasil, não temos números de prevalência de autismo. Portanto, se fizermos a mesma proporção desse estudo com a população brasileira, poderíamos ter cerca de 5,95 milhões de autistas2.

A condição apresenta sintomas frequentemente mais acentuados na primeira infância e nos primeiros anos da vida escolar ou pode manifestar-se plenamente quando as capacidades se tornam limitadas diante das demandas sociais1,2.

O diagnóstico do TEA é fundamentalmente clínico, com base na análise de comportamentos e relatos fundamentados nos critérios de dois manuais que tem padrão ouro que são: Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM 5) e Classificação dos Transtornos Mentais e de Comportamento (CID 11)3.

Assim o TEA pode ser classificado em três níveis: autismo leve (nível 1), moderado (nível 2) ou severo (nível 3). Esta classificação se dá conforme o grau de dependência e/ou necessidade de suporte, e também pode ser compreendido como uma síndrome comportamental complexa com etiologias múltiplas, combinando fatores genéticos, ambientais e neurodesenvolvimentais2.

Com o aumento da incidência do TEA, faz-se necessárias medidas que possam assegurar um aprimoramento de profissionais que prestarão os devidos cuidados com os clientes do TEA; tornando-se imprescindível mais estudos aprofundados sobre o tema4.

Neste contexto destaca-se a enfermagem por ser uma profissão comprometida com a produção e gestão do cuidado, que por sua vez, pode e deve ser prestado nos diferentes contextos socioambientais e culturais, atuando com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais, técnico-científico e teórico-filosófico, em resposta às necessidades da pessoa, família e coletividade, buscando exercer suas atividades com competência para promoção do ser humano na sua integralidade5.

Desta forma questiona-se: como está a assistência de enfermagem à pessoa com TEA? Assim, este estudo tem como objetivo descrever perante a literatura a assistência de enfermagem dispensada às pessoas com TEA.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura científica sobre a relação da Assistência de Enfermagem em pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A revisão integrativa é um estudo que se dá a partir da análise de pesquisas relevantes de fontes secundárias por meio de levantamento bibliográfico que reúne conhecimentos sobre o fenômeno a ser investigado. Constitui uma técnica de pesquisa com rigor metodológico, criteriosa e conscienciosa, que aumenta a credibilidade e a profundidade de conclusões que podem contribuir para a reflexão sobre a realização de futuros estudos, desta forma contribuindo também para a tomada de decisão que busque melhorar as evidências recentes6.

Neste estudo, optou-se por pesquisar em bases de dados de ampla divulgação científica no meio nacional e internacional, sendo utilizadas a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e o Portal de Periódicos da Capes. Na busca digital dos artigos científicos indexados nas bases de dados supracitadas, utilizaram-se os seguintes descritores controlados: dos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS) e do Medical Subject Headings (Mesh) - “Assistência de enfermagem; TEA; Transtornos autísticos” e “Nursing care, ASD; Autistic Disorder” combinados pelo operador booleano “AND”. Conforme o quadro 1.

Quadro 1- Estratégias de busca aplicados nas bases de dados, Goiânia, Goiás, Brasil, 2024.

Base de dados

Estratégias de busca

BVS

Assistência de enfermagem AND Transtorno do Espectro Autista

Portal Periódicos CAPES

Fonte: Autoria própria, 2024.

A coleta de dados foi realizada no mês de abril de 2024. Foram aplicados como filtros dentro das bases e como critérios de elegibilidade o idioma (textos publicados em português, inglês e espanhol) e sua disponibilidade integral. Não estabelecemos um recorte temporal para revisão devido à escassez de literatura sobre o tema.

Figura 1. Fluxograma de busca e seleção dos estudos de acordo com o PRISMA. Goiânia, Goiás, Brasil, 2024.

Fonte: Autoria própria, 2024.

Optou-se por uma abordagem ampla e exploratória para entender a evolução da temática ao longo do tempo. Essa escolha nos permite incluir uma variedade de estudos publicados, proporcionando uma visão completa do assunto. Logo após a seleção de títulos e resumos, foram incluídos estudos que responderam e atenderam ao objetivo da pesquisa e foram excluídos materiais de literatura cinzenta.

Na busca inicial nas plataformas supracitadas contava-se com um total de 90 artigos, destes, 41 foram excluídos por não estarem em consonância com o critério de inclusão. Além disso, 3 se repetiram entre as plataformas e 6 compuseram a amostra final da busca nas bases de dados. Foi necessário realizar uma busca nas referências desses 6 artigos para ampliar os materiais, foram encontrados 101 artigos nessa busca, mas apenas 11 contribuiu para o tema, totalizando ao final 17 artigos incluídos, os demais foram excluídos por critérios de exclusão, conforme o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (Prisma) representado na (figura 1). Após a leitura completa dos artigos, foi organizada a amostra final dos estudos. Foram também extraídas informações para composição do quadro sinóptico, sendo então os artigos apresentados por meio das seguintes variáveis: título, ano de publicação, autoria, periódico, métodos e atuação da enfermagem diante ao TEA.

RESULTADOS

No quadro 2, observa-se o predomínio de estudos com abordagem quantitativa (n=11) 64,70%, indexados na BVS 35,29%, com maior número de publicações no ano 2022 (n=4) 23,52%. A maioria dos estudos realizados no Brasil (n=15) 94,44%. A abordagem dos artigos dispensados aos pacientes do TEA, findaram-se no déficit de preparo dos enfermeiros perante a assistência ao TEA.

Quadro 2- Quadro sinóptico da amostra final segundo: título, ano de publicação, autoria, periódico, métodos e atuação da enfermagem diante ao TEA.

TÍTULO

ANO DE PUBLICAÇÃO

AUTORIA

PERIÓDICO

MÉTODOS

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM DIANTE AO TEA

Assistência de enfermagem ao paciente autista: um enfoque na humanização

Publicado no ano de 2019

Nair Kelly Santos

José Augustinho Mendes Santos

Camila da Paz Santos

Valéria Pedrosa Lima.

Revista de Saúde

Revisão integrativa da literatura

Conclui-se que a criança autista é um paciente que requer uma maior atenção da equipe de enfermagem. Os enfermeiros precisam elaborar estudos com o intuito de se criar cuidados e intervenções específicos de enfermagem para os autistas.

Conhecimento de estudantes de enfermagem sobre os transtornos

Autísticos

Publicado no ano de 2019

Ana Caroline Souza Saraiva Ferreira

Mariana André Honroato Franzoi

Revista Enfermagem UFPE online

Estudo quantitativo, descritivo

Faz-se oportuno abordar sobre os TEA ainda na graduação, para que os estudantes de Enfermagem, futuros profissionais, tenham mais segurança e conhecimento para realizar um cuidado ético e baseado em evidências.

O papel do enfermeiro na assistência a crianças com transtorno do espectro autista

Publicado no ano de 2022

Vitória de Matos Moura

Thiarles Cristian Aparecido Tonon

Research, Society and Development

Metodologia bibliográfica, exploratória e qualitativa

Contudo, a literatura afirma que faltam enfermeiros capacitados. Essa lacuna permite sugerir que é necessário criar políticas públicas para incentivar o enfermeiro capacitar-se.

Self-rated familiarity with autism spectrum

disorders among practicing nurses: a cross-

sectional study in the palestinian nursing

practice

Publicado no ano de 2021

Ramzi Shawahna

Revista BMC Nursing

Estudo transversal com aplicação de questionário qualitativo

O modelo de regressão linear múltipla mostrou que maiores escores de familiaridade foram previstos por maior experiência prática, maior formação acadêmica em enfermagem e curso/programa de educação continuada sobre TEA.

Transtorno do espectro autista: detecção

precoce pelo enfermeiro na estratégia saúde

da família

Publicado no ano de 2018

Yanna Cristina Moraes Lira

Nascimento

Cintia Soares Cruz de Castro

José Leandro Ramos de Lima

Maria Cicera dos Santos de Albuquerque

Daniele Gonçalves Bezerra

Revista Baiana Enfermagem

Pesquisa descritiva, exploratória, qualitativo

Enfermeiros da Estratégia Saúde da Família apresentaram deficiências na detecção precoce do Transtorno do Espectro Autista em crianças.

A equipe de enfermagem e a criança autista      

Publicado no ano de 2014

Denise Dalmora Dartora

Marjoriê da Costa Mendieta

Beatriz Franchini

Journal of Nursing And Health

Estudo qualitativo, descritivo e exploratório

Este estudo evidenciou que há incutido em cada profissional uma visão limitada sobre crianças autistas por vezes preconceituosa. O conhecimento empírico sobrepôs-se ao científico e com isso a assistência às crianças com autismo mostrou-se fragilizada.

A relação entre o enfermeiro e a criança com Transtorno do Espectro Autista

Publicado no ano de 2017

Patricia Aparecida da Silva Barbosa

Clara dos Reis Nunes

Revista Científica Interdisciplinar Múltiplos Acessos

Pesquisa bibliográfica qualitativa

O estudo evidencia que a falta de preparo e a má capacitação profissional impossibilita um cuidado integral ao paciente. Um profissional da enfermagem capacitado pode propiciar um segurança e tranquilidade na assistência.

Autismo: Conhecimento da equipe de enfermagem

Publicado no ano de 2009

Sandra Cristina Nunes

Tainá Zamboni Souza

Carina Tatiana Giunco

CuidArte Enfermagem

Estudo quantitativo e exploratório

O estudo teve como objetivo verificar o conhecimento da equipe de enfermagem acerca do sinais e sintomas precoce do autismo. A literatura evidencia a falta de preparo e capacitação dos profissionais da saúde causam prejuízos aos autistas.

Identificação do espectro autista durante o crescimento e o desenvolvimento infantil: o papel do profissional de enfermagem

Publicado no ano de 2016

Alexandra Rezende Teixeira Bortone

Edna Lucia Campos Wingester  

Revista Digital FAPAM

Revisão integrativa da literatura

O estudo busca demonstrar a capacidade técnica, reconhecimento e atuação do enfermeiro na Atenção Básica de Saúde aos sinais do Espectro Transtorno Autista. Evidencia a importância do profissional da enfermagem perante ao rastreamento do TEA.

Percepções e desafios da equipe de enfermagem frente á hospitalização de crianças com transtornos autísticos

Publicado no ano de 2019

Ana Carolina Araújo de Oliveira

Rita de Cássia Melão de Morais

Mariana André Honorato Franzoi

Revista Baiana Enfermagem

Estudo descritivo, exploratório de abordagem qualitativa

O estudo evidencia as barreiras enfrentadas pelos profissionais de enfermagem relacionados assistência a crianças autistas. Demonstra a insegurança e despreparo da equipe de enfermagem frente ao cuidado.

Prática e conhecimento dos enfermeiros sobre o autismo infantil

Publicado no ano de 2015

Romeika Carla Ferreira de Sena

Elda Medeiros Reinalde

Glauber Weder dos Santos Silva

Maura

Vanessa Silva Sobreira

Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online

Pesquisa exploratória com abordagem qualitativa

O objetivo do estudo é apontar o conhecimento dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família. Constatou o déficit de conhecimento dos enfermeiros frente ao Autismo, além da falta de capacitação e intervenções ao cuidado.

Contribuições da enfermagem na assistência à criança com transtorno

Do espectro autista: uma revisão da literatura

Publicado no de 2022

Mariane Victória da Silva Mota.

Gizelma da Costa Mesquita

Ana Luiza Assunção da Silva

Natália Marques Silva

Gleciane Costa de Sousa.

Revista Baiana

de Saúde Pública

Revisão integrativa da literatura de abordagem descritiva e

exploratório

Este estudo evidenciou o papel fundamental do profissional de enfermagem na assistência à criança com TEA, uma vez que a equipe de enfermagem tem grande contato com essas crianças nos serviços de saúde de forma primária, além de habilidades para desenvolver mecanismos para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

Cuidado à pessoa com transtorno do espectro do autismo e sua família em pronto atendimento

Publicado no ano de 2022.

Juliana Vieira de Araújo Sandri.

Isabela Antônio Pereira.

Thays Gabriela Lemes Pereira Corrêa.

Semina: Ciências Biológicas e da Saúde.

Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa por meio de entrevista semiestruturadas e áudio gravadas transcritas na íntegra e analisadas por meio do método de Análise Categorial Temático.

Objetivo foi analisar o papel da enfermagem em pacientes de autismo no pronto atendimento. Evidenciou um conhecimento genérico acerca do TEA e suas características.

Indicadores para triagem do transtorno do espectro autista e sua

aplicabilidade na consulta de puericultura: conhecimento das enfermeiras

Publicado no ano de 2021.

Isabela Soter Corrêa

Fernanda Gallina2

Lidiane Ferreira Schultz

Revista de APS

Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa estruturada.

Concluiu-se que as enfermeiras desconhecem os instrumentos de triagem para TEA. Quando oportunizado nesse estudo a sua aplicabilidade, as participantes descreveram como de fácil utilização e relataram também a sua relevância.

O conhecimento da equipe

de enfermagem acerca dos

transtornos autísticos em

crianças à luz da teoria do

cuidado humano

Publicado no ano de 2020

Sarah Baffile Soeltl

Isabel Cristine Fernandes

Simone de Oliveira Camillo

ABCS HEALTH SCIENCES

Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa.

Os profissionais de enfermagem não estão preparados para atuar na assistência da criança com TEA. O tema é pouco abordado durante sua formação, fazendo com que os profissionais se sintam inseguros e incapazes de prestar assistência a essa criança e sua família.

Assistência de enfermagem à criança autista: revisão integrativa

Publicado no ano de 2020.

Juliana Macêdo Magalhães

Francisca Susyane Viana Lima

Francisca Rosa de Oliveira Silva

Ana Beatriz Mendes Rodrigues

Adriana Vasconcelos Gomes 

Revista Eletrônica Trimestral de enfermagem.

Revisão integrativa da literatura

A enfermagem utiliza a empatia, visão holística e diferentes estratégias para o cuidado a criança autista, no entanto os profissionais referem dificuldades na pratica clínica. As publicações sobre a temática são escassas sendo necessário o desenvolvimento de pesquisas clínicas.

Programa ADAPTATEA para mejorar la atención de niños y niñas con autismo en la realización de un electroencefalograma

Publicado no ano de 2022

María Isabel Mayoral-Fernández

Mónica Martín-Gómez ,

María Luisa Cazorla-

Sánchez Pobre 

Ángeles Gallego-Marcuello 

Montserrat Solís-Muñoz

Revista Metas de Enfermagem.

Relato de experiência.

A equipe de enfermagem tem papel fundamental na identificação das dificuldades e barreiras, tanto as apresentadas pelas crianças e seus familiares, quanto as dos próprios profissionais de saúde envolvidos, podendo atuar como facilitadores desde o primeiro momento.

DISCUSSÃO

A assistência de enfermagem a pacientes com TEA é excepcionalmente importante, pois a enfermagem é a ciência e a arte de assistir o paciente, com o conhecimento científico, um cuidado atento ás necessidades do outro é numa perspectiva holística7.

Logo a representação social de uma pessoa autista segue com uma imagem preconceituosa, de uma pessoa fora da realidade, isolada e com diferentes aspectos na forma de interagir e agir diante ao mundo. Essa visão, inclusive, faz parte da percepção dos profissionais da enfermagem que detém muitos estigmas e na maioria das vezes um conhecimento estereotipado tanto ao transtorno quanto a pessoa com TEA8.

Em contrapartida, a enfermagem como profissão se torna promotora do cuidado integral, tendo como dever promover a ruptura desta realidade, demonstrando que a pessoa com TEA tem suas limitações, mas, com orientação e com auxílio da equipe multiprofissional e da família conseguem desenvolver autonomia e lidar com os fatores externos, assim tendo uma qualidade de vida8.

Logo a enfermagem também detém um papel crucial na detecção precoce do TEA, em razão de ter o primeiro contato com o paciente na triagem da maioria dos serviços e por estar a frente da Atenção Primária a Saúde (APS), dentre as ações voltadas para Saúde da Criança, destacam-se aquelas promovidas através do Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento (ACD) com vistas a se detectar precocemente as alterações que precisam de intervenções contemplando orientações, estabelecimento de diagnóstico de enfermagem, planejamento de demandas e encaminhamentos oportunos1,9–16 

Pois, os sinais do TEA já podem ser observados em crianças na faixa etária de 6 a 12 meses, e particularmente em crianças um pouco mais velhas, entre 18 e 24 meses. Portanto, os primeiros sintomas se manifestam a partir dos 3 anos de idade. Nota-se que o diagnóstico precoce permite que o enfermeiro intervenha imediatamente, elaborando um plano de cuidados individual, encaminhando o cliente para uma equipe especializada a fim de confirmar o diagnóstico e iniciar uma terapêutica adequada. Portanto, é de essencial importância que tanto o enfermeiro quanto a equipe de enfermagem sejam detentoras do conhecimento científico arraigados ao TEA, pois, auxiliará na melhor assistência a ser prestada10.  

Os artigos demonstram que há uma dificuldade para a equipe de enfermagem detectar os sinais e sintomas do TEA, visto que a falta de capacitação desde a graduação12,13,17–20, em consonância com a falta de divulgação dos materiais específicos, instrumento de triagem e a barreira imposta pelos próprios profissionais pela ideação de não serem responsáveis pela detecção, acompanhamento e promoção de saúde das pessoas com TEA em determinados serviços, principalmente no que tange os sinais precoces que são de suma importância para o diagnóstico9-10.

Porém os artigos da amostra também demostram que os profissionais de enfermagem apresentam dificuldades no que tange a atenção a pessoas com TEA e necessitam criar intervenções específicas no que refere-se a assistência de enfermagem dispensadas a estas pessoas7-8,17,19,21-22.

Igualmente, a enfermagem tem a extrema importância de inserir a família na assistência ao paciente do TEA, sendo que o diagnóstico traz um sentimento de desespero e despreparo ao prestar um cuidado eficaz e contínuo com esse paciente. Nesse contexto a família torna-se uma grande aliada à equipe multidisciplinar, pois de primeira são os que possuem maior facilidade na comunicação e são mediadores do contato entre os profissionais e clientes22.

Cabe ao enfermeiro promover aos pais ou cuidadores o apoio necessário para enfrentamento da condição apresentada, de modo que haja um alinhamento na prática de cuidado e atenção, tendo em vista a continuidade da assistência humanizada na unidade e no âmbito familiar23.

Compete a equipe de enfermagem um cuidado humanizado com os clientes do TEA, uma vez que, é necessário buscar formas de interações de acordo com a individualidade do paciente, criando um vínculo terapêutico. A partir do vínculo, pode-se acolhê-los e posteriormente construir uma relação em que o paciente sinta-se incluído no progresso da assistência11. Ainda há abordagens que envolvem o processo de cuidados que utilizam ferramentas psicoeducacionais gerando interesse e aproximando o paciente com o profissional. Essas ferramentas são aplicadas de forma criativa induzindo o cliente a expressar-se por meio das atividades. Os enfermeiros em sua prática profissional, podem inserir, por exemplo, o uso da música por  meio de condutas que visam estimular a comunicação verbal e não verbal7.

Todavia, é importante que os profissionais da enfermagem estejam envolvidos em todo o dinamismo da assistência. Contudo, a realidade que se encontram são de enfermeiros incapacitados em lidar com os pacientes do TEA. Um dos motivos citados é a escassez de conhecimento científico sobre o tema e a inexperiência do profissional, devido o déficit na formação de profissionais na graduação onde o ensino não aprofunda o suficiente, trazendo insegurança e receio ao enfermeiro12-13.

Um dos fatores dificultosos citados é que o ambiente de trabalho e a estrutura não são condizentes e propícios para um atendimento de qualidade aos clientes com TEA, e logo não favorecem uma abordagem de continuidade do cuidado. Assim e inerente que exíguas instituições estão preparadas e adequadas para receberem esses pacientes, necessitando da criação de politicas públicas direcionadas 23. Outro ponto mencionado é o desinteresse dos próprios profissionais em qualificar-se o seu atendimento, colaborando negativamente com o conhecimento empírico7,14,21.

O estudo limita-se devido à pequena quantidade de artigos publicados no que concerne a assistência de enfermagem dispensada às pessoas com TEA, mas trás uma discussão acirrada da importância da mudança de paradigmas dos profissionais de enfermagem nos atendimentos a estas pessoas.

CONCLUSÃO

Após revisar a literatura, torna-se evidente que pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) necessitam de uma assistência integral e especializada, adaptada às suas limitações e necessidades específicas. Nesse contexto, o profissional de enfermagem desempenha um papel crucial, tanto no cuidado direto em unidades de saúde quanto no suporte aos responsáveis para garantir a continuidade do cuidado em domicílio.

Contudo, observa-se um despreparo significativo entre esses profissionais, frequentemente atribuído à carência de formação adequada, que se manifesta desde a graduação até a prática profissional, além da ausência de políticas públicas específicas para essa área. Diante dessa realidade, torna-se indispensável a implementação de ações governamentais que promovam a capacitação dos profissionais de saúde e o desenvolvimento de políticas voltadas para o atendimento às pessoas com TEA. Essas medidas são fundamentais para garantir um cuidado de qualidade, humanizado e alinhado às demandas desses pacientes, facilitando e ampliando a atuação do enfermeiro nesse contexto.

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