EFEITOS ADVERSOS DECORRENTES DO USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS: REVISÃO INTEGRATIVA
ADVERSE EFFECTS OF ORAL CONTRACEPTIVE USE: INTEGRATIVE REVIEW
EFECTOS ADVERSOS DEL USO DE ANTICONCEPTIVOS ORALES: REVISIÓN INTEGRADORA
Tipo de artigo: Revisão integrativa
Milena de Oliveira
Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil. Universidade Franciscana.
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8242-5931
Andressa da Silveira
Doutorado em Enfermagem. Universidade Federal de Santa Maria campus Palmeira das Missões.
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4182-4714
Adriana Dall’Asta Pereira
Doutorado em Ciências. Universidade Franciscana.
https://orcid.org/0000-0003-2698-2711
Silvana Cruz da Silva
Doutorado em Enfermagem. Universidade Franciscana.
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4563-3704
Josi Barreto Nunes
Mestrado em Saúde Materno Infantil. Universidade Franciscana.
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9364-841X
Júlia Oliveira Silveira
Mestranda em Saúde Materno Infantil. Universidade Franciscana.
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5947-8875
Larissa Bertoldo Vagner
Graduanda em enfermagem. Universidade Franciscana.
Orcid: https://orcid.org/0009-0000-3139-5031
Keity Laís Siepmann Soccol
Doutorado em Enfermagem. Universidade Franciscana.
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7071-3124
RESUMO
Objetivo: O objetivo deste estudo é realizar uma análise detalhada das evidências científicas disponíveis sobre os potenciais efeitos adversos associados ao uso de anticoncepcionais orais. Metodologia: Após uma busca em bases de dados específicas e a aplicação de critérios de inclusão e exclusão, foram analisados oito artigos científicos. Resultados: Os principais efeitos adversos encontrados foram: cefaleia, redução da libido, acne, aumento de peso, náusea, vômito, alterações de humor, sonolência diurna excessiva, insônia, spotting (sangramento de escape), além de um aumento do risco de asma e glaucoma. Conclusão: Este estudo visa auxiliares os profissionais de saúde na orientação das mulheres sobre os possíveis efeitos adversos dos anticoncepcionais orais, permitindo uma escolha mais informada do método contraceptivo.
DESCRITORES: Anticoncepcionais orais; Contraceptivos hormonais; Evento adverso; Saúde materno infantil.
ABSTRACT
Objective: The aim of this study was to carry out a detailed analysis of the available scientific evidence on the potential adverse effects associated with the use of oral contraceptives. Methodology: After searching specific databases and applying inclusion and exclusion criteria, eight scientific articles were analyzed. Results: The main adverse effects found were: headache, reduced libido, acne, weight gain, nausea, vomiting, mood swings, excessive daytime sleepiness, insomnia, spotting (breakthrough bleeding), as well as an increased risk of asthma and glaucoma. Conclusion: This study aims to help health professionals advise women about the possible adverse effects of oral contraceptives, allowing them to make a more informed choice of contraceptive method.
DESCRIPTORS: Contraceptives oral; Contraceptive agents, Hormonal; Drug-related side effects and adverse reactions; Maternal and child health.
RESUMEN
Objetivo: El objetivo de este estudio fue realizar un análisis detallado de la evidencia científica disponible sobre los potenciales efectos adversos asociados al uso de anticonceptivos orales. Metodología: Tras la búsqueda en bases de datos específicas y la aplicación de criterios de inclusión y exclusión, se analizaron ocho artículos científicos. Resultados: Los principales efectos adversos encontrados fueron: dolor de cabeza, disminución de la libido, acné, aumento de peso, náuseas, vómitos, cambios de humor, somnolencia diurna excesiva, insomnio, manchado (hemorragia intermenstrual), así como un mayor riesgo de asma y glaucoma. Conclusión: Este estudio pretende ayudar a los profesionales sanitarios a asesorar a las mujeres sobre los posibles efectos adversos de los anticonceptivos orales, permitiéndoles elegir un método anticonceptivo con mayor conocimiento de causa.
DESCRIPTORES: Anticonceptivos orales; Agentes anticonceptivos hormonales; reacciones adversas y efectos colaterales relacionados con medicamentos; Salud materno-infantil.
INTRODUÇÃO
A saúde precisa ser assegurada para toda a população, incluindo as mulheres, de maneira abrangente, considerando diversos aspectos como anatômicos, fisiológicos e sociais. É essencial compreender que a sexualidade está intrinsecamente ligada à totalidade do ser humano, indo além da simples função dos órgãos genitais, e envolvendo elementos biológicos, psicológicos, emocionais, sociais, culturais e espirituais(1). Por isso, é fundamental integrar a saúde sexual à saúde geral, levando em conta aspectos como prazer, emoção, afetividade e comunicação, e adotando uma abordagem ampla e interdisciplinar(2).
O Ministério da Saúde preconiza a inclusão do planejamento reprodutivo nas ações de saúde, visando fortalecer os direitos sexuais e reprodutivos por meio de educação, aconselhamento e assistência clínica. Esse planejamento deve respeitar os direitos sexuais e reprodutivos, promover a igualdade racial, étnica, de gênero, de geração e de orientação sexual, e combater a discriminação(3).
Acredita-se que a Atenção Primária à Saúde desempenha um papel essencial como facilitadora na troca de conhecimentos nos serviços de saúde, promovendo a conscientização sobre a importância do planejamento reprodutivo para a melhoria das condições das comunidades. Isso ocorre ao assegurar os direitos sexuais e reprodutivos através do empoderamento e incentivo das pessoas(1).
Nesse contexto, observa-se um crescimento contínuo das gravidezes não planejadas, cujas características socioeconômicas, demográficas e comportamentais refletem desigualdades e têm impacto significativo na vida das mulheres e de seus parceiros. Uma preocupação adicional é a situação de vulnerabilidade enfrentada por puérperas, especialmente jovens, que residem em domicílios precários e têm famílias numerosas, sendo particularmente afetadas pelas gravidezes não planejadas(4).
A baixa demanda por anticoncepcionais, seu uso inadequado e falhas nos métodos contribuem para elevadas taxas de gravidezes não planejadas. Por outro lado, os métodos mais eficazes, como a Contracepção Reversível de Longa Duração (LARCs), são preferidos por mulheres que já experimentaram uma gestação não planejada(5). No entanto, há uma alta prevalência de mulheres utilizando métodos anticoncepcionais hormonais orais. Nesse contexto, surge a preocupação em relação ao conhecimento sobre esse método, o qual pode não ser adequado o suficiente, impactando assim na utilização correta e na eficácia do mesmo(6).
Diante desse cenário, é fundamental que os profissionais de saúde adotem uma abordagem abrangente durante as consultas, discutindo sobre aconselhamento reprodutivo, planos de gestação, características individuais, condições de saúde, além de fornecer informações detalhadas sobre os métodos contraceptivos, incluindo seus riscos, benefícios, efeitos colaterais, duração de uso, impacto na menstruação e fertilidade(7).
É essencial que as mulheres tenham uma compreensão clara dos propósitos e dos efeitos dos anticoncepcionais orais hormonais a curto, médio e longo prazo antes de começarem a utilizá-los. A contracepção sem supervisão profissional pode ser praticada de forma indiscriminada, colocando em risco a saúde devido aos possíveis efeitos adversos associados ao método(8). Os contraceptivos são geralmente considerados seguros, embora possuam alguns riscos, cujas taxas de ocorrência de problemas são baixas e, por vezes, estão relacionadas a outros fatores. Alguns eventos adversos podem ser experimentados por mulheres, o que pode afetar a adesão aos métodos contraceptivos(9).
Ressalta-se a importância de realizar pesquisas que visem identificar as evidências científicas sobre o uso de anticoncepcionais hormonais orais e seus possíveis efeitos
adversos. O conhecimento obtido desses estudos pode embasar práticas e estratégias de cuidado e educação em saúde desenvolvidas por profissionais da saúde, com o intuito de prevenir gestações indesejadas(10).
OBJETIVO
O objetivo deste estudo é realizar uma análise detalhada das evidências científicas disponíveis sobre os potenciais efeitos adversos associados ao uso de anticoncepcionais orais.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Este tipo de estudo sintetiza os resultados de pesquisas já realizadas, evidenciando as conclusões do corpus da literatura sobre determinado fenômeno relacionado à questão norteadora que orienta a busca da literatura. A partir disso, os dados resumidos e comparados possibilitam conclusões gerais sobre o problema de pesquisa(11).
Por seguir um processo de análise sistemático e sumarizado da literatura, a revisão integrativa além de contribuir com a prática baseada em evidências, permite identificar as lacunas do conhecimento em relação ao fenômeno estudado, identificar a necessidade de futuras pesquisas, revelar questões centrais da área da saúde e da enfermagem, identificar marcos conceituais ou teóricos e mostrar o estado da arte da produção científica resultante de pesquisas sobre um determinado tema(11).
Para o desenvolvimento desta revisão integrativa, seguiram-se as seguintes etapas: (1) identificação do tema e da questão de pesquisa; (2) estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos (amostragem) e definição das bases de dados; (3) definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados (categorização dos estudos); (4) avaliação (análise crítica) dos estudos incluídos na revisão integrativa; (5) interpretação dos resultados e (6) apresentação da revisão/síntese do conhecimento(12).
Inicialmente, utilizou-se a estratégia PICO para identificação do problema e elaboração da questão de pesquisa. PICO representa o acrômio para População, Intervenção ou área de interesse, Contexto e Outcomes (desfecho, resultado)(13).
Adotou-se P – mulheres, I – uso de anticoncepcionais orais; C- contexto de uso; O – efeitos adversos. Assim, delineou-se a seguinte questão de pesquisa: quais as evidências científicas acerca dos efeitos adversos decorrentes do uso de anticoncepcionais orais por mulheres?
Para a seleção dos artigos, foram utilizadas três de bases de dados: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e National Library of Medicine (MEDLINE) via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Para a escolha dos Medical Subject Headings (MeSH) e Descritores em Ciências da Saúde (DECs), a fim de ampliar a recuperação de pesquisas nas bases de dados, foi realizada uma busca para averiguar quais descritores e palavras-chave estavam presentes nos artigos publicados em periódicos científicos acerca do uso de anticoncepcionais orais e seus efeitos adversos.
Nas bases de dados LILACS, a estratégia de busca foi composta a partir das palavras: ("ANTICONCEPCIONAIS") or "ANTICONCEPCIONAIS ORAIS") or "CONTRACEPTIVOS HORMONAIS") or "ANTICONCEPCIONAIS FEMININOS") or "CONTRACEPCAO HORMONAL" [Palavras] and ("EVENTOS ADVERSOS") or "EFEITOS ADVERSOS") or "INTERACOES MEDICAMENTOSAS" [Palavras] and ("ESPANHOL") or "INGLES") or "PORTUGUES" [Idioma].
Na base de dados SCIELO, utilizou-se a seguinte estratégia: ((ANTICONCEPCIONAIS) OR (ANTICONCEPCIONAIS ORAIS) OR (CONTRACEPTIVOS HORMONAIS) OR (ANTICONCEPCIONAIS FEMININOS) OR (CONTRACEPCAO HORMONAL) AND (EVENTOS ADVERSOS) OR (EFEITOS ADVERSOS)) AND (Espanhol) OR (Inglês) OR (Português).
Na base de dados MEDLINE utilizou-se a seguinte estratégia de busca: contraceptive agents) OR (contraceptives, oral) OR (contraceptive agents, female hormonal) AND (adverse event) OR (drug-related side effects AND adverse reactions). Associada aos seguintes filtros: AND mj:("Anticoncepcionais Orais Hormonais" OR "Anticoncepcionais Orais") AND type_of_study:("risk_factors_studies" OR "etiology_studies" OR "observational_studies" OR "prognostic_studies" OR "clinical_trials" OR "diagnostic_studies" OR "incidence_studies" OR "prevalence_studies" OR "qualitative_research" OR "evaluation_studies") AND la:("en" OR "pt" OR "es") AND type:("article")).
Os critérios de inclusão dos estudos foram: estudos primários, disponibilizados na íntegra online e gratuitos, nos idiomas português, espanhol ou inglês, e que abordassem os efeitos adversos ou interações medicamentosas decorrentes do uso de anticoncepcionais orais.
Foram excluídos estudos duplicados e que não respondessem ao objetivo do estudo, revisões da literatura, projetos, conferências, dossiê, manuais ministeriais, editoriais, resenhas, protocolos, comunicação rápida, reflexões teóricas, dissertações, teses, monografias e resumos publicados em anais de eventos. Não foi preestabelecido recorte temporal a fim de abranger maior número de estudos.
A busca foi realizada conforme as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), e ocorreu no mês de março de 2023, de acordo com o que está descrito no Fluxograma Seleção dos estudos na revisão integrativa conforme o guia PRISMA (Fluxograma 1).
Figura 1 - Seleção dos estudos na revisão integrativa conforme o guia PRISMA
Fonte: Elaborado pela autora, 2023.
Na base de dados LILACS identificou-se 24 estudos. Destes nenhum abordava os efeitos adversos decorrentes ao uso de anticoncepcionais orais, apenas de contraceptivos injetáveis.
Foram identificados 48 estudos base de dados SCIELO, destes 40 foram excluídos após leitura dos títulos e resumos (quatro duplicados; oito artigos de revisão; duas comunicações rápidas; um resumo; um editorial; 24 não contemplavam o objetivo do estudo). Foram selecionados nove estudos para serem lidos na íntegra. Após a leitura, cinco estudos foram excluídos (duas revisões de literatura e três por não contemplarem o objetivo da pesquisa). Foram selecionados quatro estudos para a amostra.
Na base de dados MEDLINE foram identificados 608 estudos. Destes, 595 foram excluídos após leitura dos títulos e resumos (15 estudos de revisão; 580 não contemplavam o objetivo do estudo). Foram selecionados 13 estudos para serem lidos na íntegra. Após a leitura, nove foram excluídos, pois não contemplaram s objetivo do estudo. Foram selecionados quatro artigos para amostra.
No total foram selecionados oito estudos para a constituição do corpus de análise. Durante a seleção, foi realizada a leitura do título e resumo, enquanto a elegibilidade se deu pela leitura do texto na íntegra, verificando os critérios pré-estabelecidos. As produções indexadas em mais de uma base de dados foram incluídas uma vez, evitando repetição. Os artigos foram colocados em um quadro no Programa Microsoft Word para seleção, leitura, organização e categorização.
A extração dos dados de cada artigo incluído na revisão foi realizada a partir de um instrumento elaborado pela autora para a identificação dos estudos, que continha os seguintes itens: código, título, base de dados, ano de publicação, país de publicação, periódico, objetivo, método, resultados e nível de evidência (NE).
Para determinar o nível de evidência dos estudos, adotou-se a seguinte classificação: nível I - metanálises e estudos controlados e randomizados; nível II - estudos experimentais; nível III - estudos quase-experimentais; nível IV - estudos descritivos, não experimentais ou qualitativos; nível V relatos de experiência; e nível VI - consensos e opiniões de especialistas(13).
A análise de dados foi realizada de forma conjunta entre a pesquisadora principal e a orientadora. A partir de questionamentos como: “a questão de pesquisa foi respondida? O objetivo foi atingido? A metodologia descrita é apropriada?” foi possível analisar questões convergentes e divergentes, confrontando-as.
Mediante a leitura criteriosa, efetuou-se a síntese e interpretação descritiva e detalhada dos achados, articulando-os com a literatura pertinente, identificando a partir disso lacunas e similaridades.
A fim de apresentar uma revisão integrativa que proporcione ao leitor uma reflexão crítica sobre o uso de anticoncepcionais orais e seus efeitos adversos, a apresentação da revisão/síntese do conhecimento foi realizada inicialmente em quadro descritivo, posteriormente, por meio da interpretação e discussão do conteúdo dos estudos.
Por tratar-se de um estudo de revisão, coletado a partir de artigos publicados e disponíveis na literatura, permite-se a sua realização sem necessidade de submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa. Destaca-se que os aspectos éticos foram respeitados, conforme a Lei de Direitos Autorais nº. 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
RESULTADOS
Foram examinados oito estudos, distribuídos entre quatro publicados na base de dados SCIELO e quatro na MEDLINE. Destes, quatro foram conduzidos no Brasil, um nos Estados Unidos, um na Alemanha, um na Itália e um foi realizado simultaneamente na Dinamarca, Estônia, Islândia, Noruega e Suécia. Em relação aos anos de publicação, foi encontrado um artigo para cada um dos anos 2018, 2021 e 2022, dois em 2009 e três em 2020.
Os estudos foram veiculados em periódicos diversos, incluindo dois na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, um na revista Ciência & Saúde Coletiva, um na Revista da Associação Médica Brasileira, um no British Journal of Clinical Pharmacology, um no Journal of Sleep Research, um na revista Gynecological Endocrinology e um no Journal of Allergy and Clinical Immunology.
Quanto ao método utilizado, um estudo aplicou questionários online, um realizou pesquisa qualitativa, um foi do tipo estudo observacional caso-controle, um foi um estudo observacional, dois foram estudos transversais, um foi um estudo de coorte retrospectivo com análise caso-controle e um foi um estudo de base populacional. A predominância do nível de evidência foi o nível IV.
Os principais efeitos adversos associados aos anticoncepcionais hormonais orais foram identificados como cefaleia, redução da libido, acne, aumento significativo de peso, náusea, vômito, alterações de humor, maior probabilidade de desenvolver lesões cervicais induzidas pelo papilomavírus humano (HPV), aumento da sonolência diurna excessiva e insônia, spotting (sangramento de escape) e maior risco de asma e glaucoma, conforme detalhado no Quadro de características gerais dos estudos incluídos (Quadro 1).
Quadro 1 - Características gerais dos estudos incluídos (n= 8).
Código/ Autores | Base de dados | Ano | Periódico | Objetivo | Resultados |
A1/PANNAIN, G.D. et al. | SCIELO | 2022 | Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia | Entender a percepção de pacientes sobre os efeitos adversos dos métodos contraceptivos para aprimorar o atendimento médico e a aderência das mulheres ao tratamento. | Das 536 mulheres pesquisadas, 110 relataram dor de cabeça ao usar contraceptivo hormonal, enquanto 72 relataram spotting. Houve um risco relativo indicando que o uso dessas pílulas aumenta o risco desses efeitos adversos, além do edema. Também foi identificado que o uso de contraceptivo hormonal oral combinado é um fator de risco para a redução da libido. Por outro lado, o uso de contraceptivos hormonais mostrou-se protetor contra acne. |
A2/BRANDÃO, E.R. | SCIELO | 2009 | Ciência & Saúde Coletiva | Aborda, sob uma perspectiva socioantropológica, os desafios postos aos jovens na gestão da vida afetivo-sexual, no que tange à prevenção de gravidez imprevista. Discute algumas dificuldades por eles encontradas no manejo da contracepção, no decorrer de suas trajetórias afetivo-sexuais, identificando situações propensas à não-utilização de métodos anticonceptivos (MAC). | Efeitos colaterais dos métodos hormonais: a centralidade do corpo para as jovens gerações faz as entrevistadas ponderarem sobre o uso contínuo da pílula anticoncepcional, em razão do ganho expressivo de peso, aumento de espinhas, enjôos, cefaléias, alterações de humor. Tais efeitos colaterais concorrem para a descontinuidade no uso ou o abandono do método. |
A3/VOLPATO, L.K. | SCIELO | 2018 | Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia | Avaliar a associação entre a contracepção hormonal e a presença de lesões induzidas pelo vírus do papiloma humano (HPV) no colo uterino de pacientes do serviço de ginecologia e obstetrícia do ambulatório de especialidade médicas da Universidadedo Sul de Santa Catarina - AME/UNISUL. | Ao comparar-se a ocorrência das lesões pelo HPV em usuárias de contraceptivos orais combinados (COCs) com não usuárias, observou-se a associação com doses de 0.03 mg ou superiores de etinilestradiol (EE), na qual se identificou 1.9 vezes mais probabilidade destas desenvolverem lesões cervicais induzidas pelo HPV; ao separar-se esses casos pelo grau da lesão, a probabilidade destas pacientes apresentarem lesão cervical de baixo grau foi 2.1 vezes maior, porém sem impacto nas lesões cervicais de alto grau e na ocorrência de câncer invasor. |
A4/MONTEIRO, D.L.M. et al. | SCIELO | 2020 | Revista da Associação Médica Brasileira | Analisar o grau de conhecimento das adolescentes brasileiras em relação à contracepção de emergência (CE) como administração correta, frequência de uso, eficácia, mecanismo de ação, efeitos adversos e complicações. | Quanto aos efeitos colaterais, 58,8% de 10-14 e 17,6% das com ≥15 anos não souberam responder, mas 60,5% entre 15-19 anos citaram náuseas e vômitos. Importante parcela (17,6-41,2%) acredita que a CE causa aborto, câncer, infertilidade e malformações fetais. Mais de 80% concordam que pode causar irregularidade menstrual. |
A5/HOGDEN et al. | MEDLINE | 2021 | British Journal of Clinical Pharmacology | Investigar a associação entre o uso de contraceptivos hormonais (CH) e a incidência de glaucoma em mulheres em idade reprodutiva, com foco na duração e no tipo de HCs usados. | As usuárias regulares de contraceptivos hormonais tiveram um risco elevado de glaucoma em comparação com as não usuárias. O uso regular de HCs foi associado a um aumento no risco de glaucoma. |
A6/BEZERRA, A.G. et al | MEDLINE | 2020 | Journal of Sleep Research | Avaliar o impacto do uso de anticoncepcionais hormonais em auto-relatos subjetivos de sono por meio de uma pesquisa transversal baseada na web. | As usuárias de anticoncepcionais relataram queixas de sono mais frequentes e tiveram pontuações mais altas, o que significa aumento da sonolência diurna excessiva e mais sintomas de insônia. As mulheres que usam terapias apenas com progestagênio relataram menor duração total do sono em comparação com a terapia combinada. As usuárias de anticoncepcionais de terceira geração apresentaram menor tempo total de sono. |
A7/GUIDA, M. | MEDLINE | 2020 | Gynecological Endocrinology | Avaliar possíveis associações nas alterações do sono induzidas por estrogênio-progestágenos em contraceptivos em 108 mulheres entre 20 e 50 anos. | O tempo médio de sono noturno mais longo, em comparação com o controle (450 min), ocorreu em mulheres que usaram contracepção oral apenas com progestágeno (510 min). |
A8/MACSALI, F. | MEDLINE | 2009 | Journal of Allergy and Clinical Immunology | Investigar a associação entre o uso de pílulas anticoncepcionais orais (ACOs) e asma em um estudo de base populacional nórdico-báltico, levando em consideração a possível interação com o índice de massa corporal (IMC). | As pílulas anticoncepcionais orais foram associadas a um risco aumentado de asma, asma com febre do feno, chiado com falta de ar, febre do feno e 3 sintomas de asma. |
Fonte: Elaborado pela autora, 2023.
DISCUSSÃO
Os anticoncepcionais são amplamente adotados por mulheres, representando uma conquista significativa em termos de direitos reprodutivos e sexuais. Contudo, ainda existem desafios a serem superados, incluindo o acesso aos métodos contraceptivos, especialmente para mulheres em situação de vulnerabilidade social, bem como o acesso a serviços de saúde e informações completas e confiáveis. A falta de orientação adequada pode prejudicar o planejamento familiar, dificultando a transformação das informações em práticas eficazes de proteção e promoção da saúde. Estima-se que cerca de 18% das mulheres casadas ou com parceiros em países desenvolvidos utilizem anticoncepcionais orais, em comparação com uma proporção de 75% nos países em desenvolvimento(10).
É conhecido que, assim como qualquer medicamento, os anticoncepcionais hormonais podem desencadear efeitos adversos em diferentes sistemas do corpo humano. Estes incluem alterações em sistemas imunológicos, metabólicos, nutricionais, psiquiátricos, vasculares, oculares, gastrointestinais, hepatobiliares, cutâneo-subcutâneas, renais/urinárias, auditivas, distúrbios do Sistema Nervoso Central (SNC) e do Sistema Reprodutor(14).
Um estudo revelou que, entre 536 mulheres analisadas, 110 delas (20,5%) relataram experienciar dores de cabeça durante o uso de anticoncepcionais hormonais orais. Além disso, 72 mulheres (13,4%) relataram spotting (sangramento de escape). Foi observado também que o uso de contraceptivos hormonais orais combinados foi associado a um aumento do risco de redução da libido (A1).
Em jovens, os efeitos colaterais dos anticoncepcionais podem afetar negativamente a continuidade do uso, levando ao abandono do método devido a ganho significativo de peso, aumento de acne, náuseas, dores de cabeça e mudanças de humor (A2).
Uso de contraceptivos orais pode levar a sintomas como ganho de peso devido a um aumento excessivo do apetite, depressão, fadiga, diminuição da libido, acne, aumento do tamanho das mamas, aumento do colesterol de baixa densidade (LDL), diminuição do colesterol de alta densidade (HDL) e prurido. Esses efeitos adversos estão associados ao uso de progestagênicos. A combinação de progestagênicos e estrogênios pode resultar em sensibilidade mamária, dores de cabeça, aumento da pressão arterial e risco de infarto agudo do miocárdio(10).
Outro estudo revelou que em relação aos efeitos colaterais, 58,8% das mulheres com idade entre 10 e 14 anos e 17,6% daquelas com 15 anos ou mais não puderam fornecer uma resposta clara. No entanto, 60,5% das mulheres com idade entre 15 e 19 anos mencionaram experimentar náuseas e vômitos. Uma proporção significativa (entre 17,6% e 41,2%) acredita que o Contraceptivo de Emergência pode causar aborto, câncer, infertilidade e malformações fetais. Além disso, mais de 80% concordaram que o método pode causar irregularidades menstruais (A4).
Na sociedade contemporânea, a imagem corporal desempenha um papel importante na construção da identidade pessoal, influenciada por diversos fatores. Muitas pessoas buscam se conformar a um padrão de beleza considerado ideal, o que frequentemente resulta em insatisfação corporal. Jovens e adolescentes, especialmente, são mais suscetíveis a essas insatisfações devido às pressões sociais impostas por familiares, amigos, mídia, entre outros(15).Portanto, é crucial oferecer métodos contraceptivos que não comprometam a saúde das mulheres, levando em consideração essas preocupações.
Quando se trata de prescrever um método contraceptivo, é essencial que o profissional de saúde leve em consideração o perfil da mulher para quem o método é destinado. Isso implica entender suas necessidades de saúde, contexto social, acesso à informação confiável e preocupações pessoais, como ganho de peso e acne. É fundamental estar ciente das características individuais, histórico pessoal e preocupações específicas de cada mulher, garantindo que o método escolhido seja adequado às suas necessidades e circunstâncias únicas(16).
Outros efeitos adversos associados ao uso de anticoncepcionais orais, conforme evidenciado em estudos, incluem problemas relacionados ao sono, aumento do risco de lesões por HPV, risco de glaucoma e asma. No que diz respeito ao risco de lesões por HPV, não foi mencionado se o estudo abordou o uso do preservativo. Em relação ao sono, um estudo constatou que o uso de anticoncepcionais está associado a queixas de sono mais frequentes, resultando em aumento da sonolência diurna excessiva e mais sintomas de insônia (A6). Esses achados destacam que o uso de métodos contraceptivos pode impactar negativamente na qualidade de vida das mulheres, potencialmente levando ao abandono desses métodos e, consequentemente, a uma gravidez não planejada.
Dois estudos apresentaram resultados contrastantes ao comparar o tipo de hormônio utilizado nos contraceptivos. Segundo o estudo A6, mulheres que utilizam terapias contendo apenas progestagênio relataram uma menor duração total do sono em comparação com aquelas que utilizam terapia combinada. No entanto, no estudo A7, foi observado que o tempo médio de sono noturno foi mais longo em mulheres que utilizaram contraceptivos orais contendo apenas progestágeno em comparação com o grupo controle (450 min), alcançando 510 minutos. Não foram encontradas evidências adicionais que corroborassem ou contradissessem esses resultados.
Quanto ao HPV, glaucoma e asma, foi observado que o uso de etinilestradiol aumenta a probabilidade de desenvolvimento de lesões cervicais induzidas pelo HPV (A3). De acordo com Gomes et al. (2022)(17), não há um consenso definitivo sobre essa questão. Os autores destacam que os mecanismos subjacentes à persistência e incidência de lesões por HPV ainda não estão totalmente compreendidos, indicando a necessidade de mais pesquisas para determinar as melhores abordagens em relação ao tipo de contraceptivo, via de administração e doses hormonais que não estão associadas a lesões induzidas por HPV(17).Além disso, é sugerido que sejam ampliadas as investigações sobre a possível associação entre lesões induzidas por HPV e o uso frequente de preservativos.
Além disso, foi observado um aumento do risco de asma associado ao uso de pílulas anticoncepcionais orais (A8). No entanto, a relação entre o uso desses contraceptivos e a asma ainda não está claramente definida. Os autores sugerem que as flutuações nos níveis de estrogênio podem ser responsáveis pelas exacerbações de asma em mulheres(18).
Limitações do Estudo
A limitação desta revisão é o número limitado de publicações disponíveis que abordam sobre a temática investigada, bem como a metodologia adotada, uma vez que envolve apenas algumas bases de dados.
Contribuições para a Área da Enfermagem, Saúde ou Política Pública
Ao identificar e detalhar os efeitos adversos do uso de anticoncepcionais orais, o estudo auxilia na promoção da saúde sexual e reprodutiva feminina, possibilitando escolhas contraceptivas mais conscientes e seguras. Isso pode contribuir para a redução de complicações associadas ao uso inadequado dos métodos e para a melhoria da qualidade de vida das mulheres.
O estudo reforça a importância da inclusão do planejamento reprodutivo nas ações de saúde pública, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, promovendo o fortalecimento dos direitos sexuais e reprodutivos. A revisão integrativa também contribui para a prática baseada em evidências, permitindo que enfermeiros identifiquem lacunas no conhecimento e aprimorem o aconselhamento reprodutivo durante as consultas.
CONCLUSÃO
É fundamental destacar que o acesso à informação não apenas capacita as mulheres a tomarem decisões esclarecidas sobre sua saúde reprodutiva, mas também fortalece a relação entre pacientes e profissionais de saúde, promovendo uma abordagem colaborativa no cuidado da saúde. Os enfermeiros desempenham um papel crucial nesse contexto, já que frequentemente estão na linha de frente do atendimento às mulheres em questões relacionadas à saúde sexual e reprodutiva.
Ao compreenderem os efeitos adversos dos anticoncepcionais orais e estarem conscientes das necessidades individuais e contextos sociais das mulheres, os enfermeiros podem oferecer um cuidado mais personalizado e abrangente. Isso inclui fornecer orientações sobre opções contraceptivas alternativas, promover a adesão ao tratamento e identificar precocemente possíveis complicações ou efeitos colaterais.
Além disso, ao reconhecerem a importância de uma abordagem holística na saúde materno-infantil, os enfermeiros podem contribuir significativamente para a promoção de uma gravidez saudável e planejada, reduzindo assim os riscos para a saúde tanto da mãe quanto do bebê.
Portanto, este estudo não apenas oferece informações valiosas sobre os efeitos adversos dos anticoncepcionais orais, mas também destaca a relevância do papel dos enfermeiros na promoção da saúde reprodutiva das mulheres e na construção de um sistema de saúde mais inclusivo e centrado no paciente.
REFERÊNCIAS
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2 Assunção MRS, Dias IHP, Costa ACB, Godinho MLS, Freitas PS, Calheiros CAP. A sexualidade feminina na consulta de enfermagem: potencialidades e limites. Rev Enferm UFSM. 2020;10:e68. DOI: 10.5902/2179769239397.
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