OS ENFERMEIROS E A SÍNDROME DE BURNOUT NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19.
OS ENFERMEIROS E A SÍNDROME DE BURNOUT NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19.
NURSES AND BURNOUT SYNDROME IN THE CONTEXT OF THE COVID-19 PANDEMIC.
ENFERMERAS Y SÍNDROME DE BURNOUT EN EL CONTEXTO DE LA PANDEMIA COVID-19.
Autores
Brisa Emanuelle Silva Ferreira - Enfermeira, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2011), Bacharelado. Especialista em Terapia Intensiva Adulto pelo Instituto de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. Mestre em Gestão e Educação pela UFMG. Doutoranda em Gestão e Educação pela UFMG; ORCID iD: 0000-0001-5514-5475
Alexandra de Oliveira Souza Silva - Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário UNA; ORCID iD: 0009-0004-1490-1245
Bruna Vilarino - Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário UNA; ORCID iD: 0009-0006-8204-6185
Esther Cristina Vieira Silva - Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário UNA; ORCID iD: 0009-0009-3873-3721
Isadora Caroline Carvalho - Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário UNA; ORCID iD: 0009-0009-1348-4220
Gabriel Lopes Bernardes - Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário UNA; ORCID iD: 0009-0001-6275-2852
Renatha Laysa - Graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário UNA; ORCID iD: 0009-0004-6365-069X
Claudirene Milagres Araújo - Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde, Docente na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG. ORCID iD: 0000-0003-0241-4445
RESUMO
Introdução: A pandemia da COVID-19 tem impactado significativamente a saúde mental dos profissionais de saúde, especialmente dos enfermeiros que estão na linha de frente do combate à doença. Nesse contexto, a síndrome de Burnout é um fenômeno que tem recebido destaque, pois pode levar ao esgotamento físico e emocional desses profissionais. Objetivo: Este artigo tem como objetivo analisar a relação entre enfermeiros e a síndrome de Burnout diante da pandemia da COVID-19. Método: Trata-se de revisão de literatura científica que abordam a temática em questão. Resultados: Os resultados apontam que a pandemia da COVID-19 aumentou a sobrecarga de trabalho dos enfermeiros, que têm enfrentado condições adversas de trabalho, como falta de equipamentos de proteção individual e o medo de contaminação. Essas condições têm levado a um aumento dos níveis de estresse e ansiedade entre os enfermeiros, o que pode contribuir para o desenvolvimento da síndrome de Burnout. Portanto, é necessário que sejam implementadas medidas de proteção aos profissionais de saúde, como a oferta de suporte emocional e psicológico, além de uma carga de trabalho adequada. Conclusão: A pandemia da COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mental dos profissionais da equipe de enfermagem, com aumento da prevalência de sintomas de depressão, ansiedade e estresse. É essencial fornecer suporte psicológico e emocional, melhorar as condições de trabalho e garantir o acesso a equipamentos de proteção adequados. Investir na saúde mental desses profissionais é fundamental para o bem-estar individual e a qualidade do cuidado aos pacientes. Instituições de saúde, gestores e profissionais devem reconhecer essa importância e trabalhar juntos para fornecer o suporte necessário durante e após a pandemia.
Palavras-chave: Enfermeiros, Síndrome de Burnout, COVID-19, Saúde Mental, Profissionais de Saúde.
SUMMARY
Introduction: The COVID-19 pandemic has significantly impacted the mental health of health professionals, especially nurses who are on the front lines of fighting the disease. In this context, the Burnout syndrome is a phenomenon that has been highlighted, as it can lead to physical and emotional exhaustion of these professionals. Objective: This article aims to analyze the relationship between nurses and the Burnout syndrome in the face of the COVID-19 pandemic. Method: For this purpose, books and scientific articles that address the subject in question were consulted. Results: The results show that the COVID-19 pandemic has increased the workload of nurses, who have been facing adverse working conditions, such as lack of personal protective equipment and fear of contamination. These conditions have led to increased levels of stress and anxiety among nurses, which may contribute to the development of the Burnout syndrome. Therefore, it is necessary to implement protective measures for health professionals, such as offering emotional and psychological support, in addition to an adequate workload. Conclusion: The COVID-19 pandemic had a significant impact on the mental health of nursing staff, with an increased prevalence of symptoms of depression, anxiety and stress. It is essential to provide psychological and emotional support, improve working conditions and ensure access to adequate protective equipment. Investing in the mental health of these professionals is essential for individual well-being and the quality of patient care. Health institutions, managers and professionals must recognize this importance and work together to provide the necessary support during and after the pandemic.
Keywords: Nurses, Burnout Syndrome, COVID-19, Mental Health, Health Professionals.
RESUMEN
Introducción: La pandemia de COVID-19 ha impactado significativamente la salud mental de los profesionales de la salud, especialmente las enfermeras que están en primera línea luchando contra la enfermedad. En este contexto, el síndrome de Burnout es un fenómeno que ha recibido atención, ya que puede provocar agotamiento físico y emocional de estos profesionales. Objetivo: Este artículo tiene como objetivo analizar la relación entre enfermeras y síndrome de Burnout ante la pandemia de COVID-19. Método: Se trata de una revisión de la literatura científica que aborda el tema en cuestión. Resultados: Los resultados indican que la pandemia de COVID-19 ha aumentado la carga de trabajo de las enfermeras, quienes han enfrentado condiciones laborales adversas, como falta de equipos de protección personal y miedo a la contaminación. Estas condiciones han provocado mayores niveles de estrés y ansiedad entre las enfermeras, lo que puede contribuir al desarrollo del síndrome de Burnout. Por ello, es necesario implementar medidas de protección para los profesionales sanitarios, como ofrecer apoyo emocional y psicológico, además de una carga de trabajo adecuada. Conclusión: La pandemia de COVID-19 tuvo un impacto significativo en la salud mental de los profesionales del equipo de enfermería, con aumento en la prevalencia de síntomas de depresión, ansiedad y estrés. Es fundamental brindar apoyo psicológico y emocional, mejorar las condiciones laborales y garantizar el acceso a equipos de protección adecuados. Invertir en la salud mental de estos profesionales es fundamental para el bienestar individual y la calidad de la atención al paciente. Las instituciones, gestores y profesionales de la salud deben reconocer esta importancia y trabajar juntos para brindar el apoyo necesario durante y después de la pandemia.
Palabras clave: Enfermeros, Síndrome de Burnout, COVID-19, Salud Mental, Profesionales de la Salud.
Tipo de artigo: Revisão Integrativa
INTRODUÇÃO
Este manuscrito reflete como a Síndrome de Burnout se deu com os enfermeiros atuantes no Covid-19, essa pesquisa foi feita para ver os impactos e consequências do mesmo, tendo como objetivo expor como a profissão foi acometida por essa enfermidade.
A síndrome de Burnout tem sido uma preocupação crescente no contexto da pandemia de COVID-19, especialmente entre os enfermeiros que atuam na linha de frente no combate à doença. Esses profissionais têm enfrentado condições de trabalho adversas, como longas jornadas, aumento da demanda e exposição ao risco de contaminação, o que pode levar ao desenvolvimento da síndrome de Burnout ( Gandra EC, Silva KL, Passos HR, Schreck RSC et al, 2021).
A síndrome de Burnout é caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal. “A literatura aponta que a síndrome de Burnout pode ser desencadeada por diversos fatores, como sobrecarga de trabalho, conflitos interpessoais e falta de suporte social adequado” (MASLACH, SCHAUFELI, LEITER, 2001).
A compreensão dos impactos e consequências dessa síndrome entre os enfermeiros torna-se essencial, uma vez que a saúde mental desses profissionais está intrinsecamente ligada à qualidade da assistência prestada aos pacientes. Além disso, identificar os principais fatores relacionados ao desenvolvimento da síndrome de Burnout e as medidas de proteção e suporte necessárias contribuirá para a implementação de estratégias efetivas de prevenção e tratamento, visando promover o bem-estar e a saúde dos enfermeiros.
Diante essa problemática, este trabalho tem como principal foco responder à questão norteadora que são: Qual é a relação entre enfermeiros e a síndrome de Burnout durante a pandemia de COVID-19? Quais são os principais fatores relacionados ao desenvolvimento da síndrome de Burnout nesse contexto? Quais medidas de proteção e suporte podem ser implementadas para prevenir e tratar a síndrome de Burnout entre os enfermeiros diante da pandemia de COVID-19?
A questão norteadora deste estudo busca compreender a relação entre enfermeiros e a síndrome de Burnout durante a pandemia de COVID-19, destacando os principais fatores associados ao desenvolvimento dessa síndrome nesse contexto desafiador. Além disso, busca-se identificar as medidas de proteção e suporte que podem ser implementadas visando à prevenção e ao tratamento da síndrome de Burnout entre os enfermeiros.
Ao responder a essa questão norteadora, será possível fornecer subsídios para a compreensão do impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental dos enfermeiros, bem como para a elaboração de estratégias efetivas de enfrentamento da síndrome de Burnout nesse grupo profissional tão importante no contexto da assistência à saúde durante a pandemia.
Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo geral analisar a produção científica sobre a síndrome de Burnout entre os enfermeiros que atuaram no contexto da pandemia de COVID-19. Para alcançar esse objetivo, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: Identificar os principais fatores relacionados ao desenvolvimento da síndrome de Burnout entre os enfermeiros que atuaram no enfrentamento da COVID-19; analisar os impactos e consequências da síndrome de Burnout na saúde mental dos enfermeiros; investigar as medidas de proteção e suporte que podem ser implementadas para prevenir e tratar a síndrome de Burnout entre os enfermeiros diante da pandemia de COVID-19.
Ao responder a esses objetivos, espera-se contribuir para o conhecimento científico sobre a síndrome de Burnout nos enfermeiros que atuaram durante a pandemia de COVID-19, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção e tratamento, visando promover a saúde mental e o bem-estar desses profissionais tão essenciais no enfrentamento da doença.
Esse estudo justifica-se pela relevância de demonstrar o efeito da pandemia de COVID-19 na saúde mental dos profissionais de saúde, em especial os enfermeiros. Portanto, compreender a relação entre enfermeiros e a síndrome de Burnout durante a pandemia de COVID-19 torna-se crucial para identificar os fatores específicos desse contexto que contribuem para o desenvolvimento da síndrome.
MÉTODO
Trata-se de uma pesquisa de revisão integrativa “método que tem como finalidade sintetizar resultados obtidos em pesquisas sobre um tema ou questão, de maneira sistemática, ordenada e abrangente” (ERCOLE, et al., 2014). Diante disso, analisamos a produção científica sobre a síndrome de Burnout. desenvolvida nos enfermeiros referente aos traumas e exaustivas jornadas de trabalhos enfrentados durante a pandemia do Covid-19.
A busca bibliográfica foi realizada pelos autores do estudo através da plataforma BVS (biblioteca virtual em saúde), considerando as bases de dados BDENF, LILACS e MEDLAINE. Para realização da busca aplicou-se as palavras-chave/descritores (conforme DECS): “Nurse AND Covid-19 AND Burnout”.
Adotou-se os seguintes critérios de inclusão: Artigos científicos, jornais e revistas de medicina e psicologia, para obter um panorama completo da problemática abordada, com intervalo de publicação dos últimos 5 anos, em português e inglês, com disponibilidade de texto completo em suporte eletrônico, que abordassem a temática em estudos no período da Covid-19.
Adotou-se os seguintes critérios de exclusão: Artigos de revisões bibliográficas, artigos focados em área da enfermagem diferente da pesquisa.
A Figura 1 descreve as etapas para identificação, seleção e recuperação dos artigos selecionados.
Conforme descrito no fluxograma, encontrou-se uma amostra inicial 400 artigos ao aplicar a busca com descritores “nurse and” covid 19 and “bunout”. Na seleção de critérios, foram selecionados artigos nos idiomas inglês e português, além de uma prévia leitura dos resumos dos artigos para selecionar os artigos relevantes onde foram selecionados os artigos que apresentamos no quadro sinóptico.
Procedeu-se, então à localização dos artigos na íntegra. Posteriormente, iniciou-se a análise dos estudos a partir de sua leitura crítica e detalhada, extraindo-se deles os fatores mais relevantes no que se refere ao tema em estudo.
Criou-se um quadro sinóptico para a extração dos dados dos artigos, contendo os seguintes itens de análise: título, objetivos, tipo de estudo, nome da revista, Qualis da revista, principais resultados dos autores e nível de evidência.
RESULTADOS
Realizou-se minuciosa leitura dos artigos apresentados no quadro sinóptico abaixo, podemos observar que considerando o período da pandemia do COVID-19, as publicações dos estudos abarcaram o período dos anos de 2020 a 2022, com predomínio no ano de 2021 (n=5). O que pode estar relacionado a mensuração das primeiras evidências da pandemia para a saúde dos trabalhadores em saúde que as instituições que possuem programas para o desenvolvimento das habilidades de resiliência, calma e apoio emocional, enfrentaram melhor os desafios propostos pela pandemia de Covid-19, visto que houve uma notável baixa nos índices de incidência de ansiedade e depressão desta categoria de profissionais.
Os artigos selecionados, em sua maioria foram publicados no ano de 2021, sendo um total de 70% dos referidos artigos, já os 30% dos artigos restantes foram publicados em 2022, ano em que a pandemia de COVID-19 se abrandou.
Durante a análise metodológica dos estudos selecionados sobre a síndrome de burnout durante a pandemia de COVID-19, observou-se que a maioria deles utilizou o método quantitativo (30%), e que os outros métodos utilizados, correspondentes a (70%) utilizaram de metodologias em menor quantidade, sendo as mesmas (10%) cada uma conforme apresentado na Tabela 1.
Quanto ao nível de evidência dos estudos apresentados na tabela 1, os mesmos foram qualificados como nível VI, correspondendo a cinco estudos (50%). A classificação da qualidade das evidências é dividida em seis níveis: Nível I - Revisão sistemática de múltiplos estudos controlados; Nível II - Estudos experimentais individuais (ensaio clínico randomizado); Nível III - Ensaio clínico bem delineado sem randomização; Nível IV - Estudos de coorte e de caso-controle bem delineados; Nível V - Revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; Nível VI - Único estudo descritivo ou qualitativo.
Esses resultados indicam que a maioria dos estudos disponíveis apresenta um nível de evidência mais baixo, o que pode influenciar a confiabilidade dos achados. Portanto, destaca-se a necessidade de conduzir mais pesquisas de alta qualidade e com maior rigor metodológico para fortalecer as evidências relacionadas à síndrome de burnout durante a pandemia de COVID-19.
Tabela 1 – Distribuição dos artigos analisados por metodologia e nível de evidência, de maneira agrupada evidenciando a quantidade de artigos escolhidos que que representam um maior nível de evidência e metodologia.
Nível de Evidência e metodologia |
N |
% |
Nº do Estudo |
Pesquisa qualitativa - IV |
3 |
30% |
1, 2, 8 |
Pesquisa quantitativa transversal - IV |
1 |
10% |
3 |
Estudo seccional do tipo web survey - VI |
1 |
10% |
4 |
Pesquisa qualitativa / Estudo de rastreamento - IV |
1 |
10% |
5 |
Estudo observacional / Estudo de prevalência / Fatores de risco - IV |
1 |
10% |
6 |
Estudo de etiologia / Estudo prognóstico / Fatores de risco / Revisão sistemática - IV |
1 |
10% |
7 |
Todo ano a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) como resultado das avaliações, publica uma categorização dos artigos e eventos de cada esfera do conhecimento, facultando a cada caso (Revistas ou Anuais de Eventos), um “indicativo de qualidade”, em que o mais conceituado é o A1, seguido pelos consecutivos: A2; B1; B2; B3; B4; B5 e C, sendo que o último tem ônus zero. Anualmente o sistema Webqualis deixa disponível para consulta a classificação de periódicos, revistas e jornais por meio da plataforma sucupira (CAPES, 2021).
Na Tabela 2 está descrito o quantitativo evidenciado a partir dos artigos selecionados. Podemos verificar que a maior frequência de artigos publicados na revista Esc. Anna Nery, sendo esta qualificada como qualis B2, com um total de duas publicações, um total de 20% dos artigos escolhidos, com os 80% restantes apresentando um total de 10% cada um.
Tabela 2 – Distribuição dos artigos analisados por periódico e Qualis.
Periódico |
Qualis |
N |
% |
Nº do Estudo |
Esc. Anna Nery Rev. Enferm |
B2 |
1 |
20% |
1, 4 |
Coleciona SUS |
B2 |
2 |
10% |
2 |
Rev. Cuidado é fundamental (UNIRIO) |
B2 |
3 |
10% |
3 |
Rev.Portugesa. Enfermagem saúde mental |
B4 |
5 |
10% |
5 |
PubMed Central. |
B2 |
6 |
10% |
6 |
Wiley |
B2 |
7 |
10% |
7 |
B4 |
8 |
10% |
8 |
(Fonte de dados: elaborado pelos autores, 2023)
Figura 1 - Quadro sinóptico dos artigos incluídos na revisão bibliográfica
TÍTULO |
AUTORES |
ANO |
OBJETIVOS |
REVISTA |
RESULTADOS |
SÍNTESE DO ARTIGO |
Depressão e ansiedade em profissionais de enfermagem durante a pandemia da covid-19. |
Katarina Márcia Rodrigues dos Santos Maria Helena Rodrigues Galvão Sávio Marcelino Gomes Talita Araujo de Souza Arthur de Almeida Medeiros Isabelle Ribeiro Barbosa |
2022 |
Analisar a prevalência de sintomas depressão, ansiedade e fatores associados em profissionais da equipe de enfermagem durante a pandemia da Covid-19. |
Esc. Anna Nery Rev. Enferm |
O estudo identificou uma maior ocorrência de ansiedade em profissionais com duplo vínculo de trabalho, bem como uma maior indicação de depressão durante todo o ciclo da pandemia. |
O artigo analisa a prevalência de sintomas de depressão e ansiedade em profissionais da equipe de enfermagem durante a pandemia da Covid-19. O estudo foi realizado por meio de uma pesquisa online com 490 profissionais de enfermagem em um estado do nordeste do Brasil. Os resultados mostraram que a ocorrência de sintomas sugestivos de transtornos mentais estava relacionada a profissionais do sexo feminino, cor ou raça parda, com renda mensal inferior a 5 salários mínimos que trabalhavam no setor privado, tinham sintomas de Síndrome de Burnout e moravam com os pais. A pesquisa sugere que ações para melhorar as condições de trabalho e incentivar a prática de atividades físicas podem ser benéficas para a saúde mental dos profissionais da enfermagem durante a pandemia da Covid-19. |
O aumento do trabalho de enfermagem decorrente da pandemia de covid 19 e a resiliência da saúde mental dos profissionais |
Isadhora Borges Alfonso |
2021 |
Mostrar a importância de se ter olhar mais atento à saúde mental dos profissionais da saúde inclusive durante a sua formação. |
Coleciona SUS |
Profissionais de enfermagem que apresentaram níveis adequados de resiliência lidaram melhor com o impacto da pandemia, sofreram em redução da ansiedade, estresse pós-traumático, exaustão emocional e depressão. Investir em programas e intervenções para desenvolver a resiliência dos enfermeiros pode contribuir para uma assistência mais segura e melhores resultados clínicos. |
O texto apresenta dois relatos de experiência de um estudante de enfermagem durante seu período de formação. O objetivo é mostrar a importância de se prestar atenção à saúde mental dos profissionais de saúde, incluindo durante a formação. O primeiro relato é sobre o trabalho em uma instituição de longa permanência para idosos durante a pandemia, onde foram implementadas medidas de isolamento que afetaram o bem-estar dos idosos. O segundo relato é sobre o trabalho em uma Unidade Básica de Saúde durante a pandemia, onde foram adotadas medidas para evitar a propagação da Covid-19, como teleatendimento e triagem de pacientes. O estudante enfrentou cansaço e exaustão devido à alta demanda de pacientes e o desconforto do uso de equipamentos de proteção individual. |
SINAIS E SINTOMAS DO ESTRESSE EM PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM |
Nascimento, Jerliane Freitas do; Santos, Alexandy Michel Dantas; Alves, Kisna Yasmin Andrade; Oliveira, Lannuzya Veríssimo e; Rodrigues, Claudia Cristiane Filgueira Martins. |
2022 |
Identificar os sinais e sintomas do estresse prevalentes em profissionais da enfermagem que atuaram no combate a COVID-19. |
Rev. Cuidado é fundamental (UNIRIO) |
47% dos profissionais de enfermagem apresentaram algum nível de estresse. Os principais sinais e sintomas relatados foram tensão muscular, sensação de desgaste físico, problemas de memória, cansaço constante, insônia, cansaço excessivo, angústia ou ansiedade diária e sensibilidade emotiva excessiva. |
O texto relata um estudo que teve como objetivo identificar os sinais e sintomas do estresse em profissionais da enfermagem que atuaram no combate à COVID-19. Os resultados mostraram que 47% dos profissionais apresentaram estresse ocupacional, e os sintomas físicos e psicológicos mais prevalentes foram tensão muscular, sensação de desgaste físico, problemas com a memória, cansaço constante, insônia, cansaço excessivo, angústia ou ansiedade diária, sensibilidade emotiva excessiva e irritabilidade sem causa aparente. Concluiu-se que o estresse esteve presente nos profissionais da enfermagem, e que isso resultou em diversos sintomas físicos e psicológicos. |
Depressão e ansiedade em profissionais de enfermagem durante a pandemia da covid-19. |
Katarina Márcia Rodrigues dos Santos Maria Helena Rodrigues Galvão Sávio Marcelino Gomes Talita Araujo de Souza Arthur de Almeida Medeiros Isabelle Ribeiro Barbosa |
2021 |
Analisar os sinais e sintomas da depressão nos profissionais de enfermagem diante a COVID-19. |
Esc. Anna. Nery |
O estudo revelou que 41,8% dos profissionais de enfermagem apresentavam sintomas de depressão e 47,9% apresentavam sintomas de ansiedade. Os resultados reforçam a necessidade de apoio psicológico e prevenção para promover a saúde mental dos profissionais durante a pandemia. |
Este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de sintomas de ansiedade, depressão e os fatores associados em profissionais de enfermagem durante a pandemia de Covid-19. Para isso, foi realizado um estudo seccional do tipo web survey com 490 profissionais de enfermagem que trabalhavam em serviços de média e alta complexidade em um estado do nordeste do Brasil. Os resultados mostraram que os sintomas de transtornos mentais (ansiedade e depressão) foram mais frequentes em profissionais do sexo feminino, cor ou raça parda, com renda mensal inferior a 5 salários mínimos, que trabalhavam no setor privado, apresentavam sintomas de Síndrome de Burnout e moravam com os pais. Além disso, a ocorrência desses sintomas foi mais acentuada quando os serviços não ofereciam condições adequadas de trabalho, especialmente para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Portanto, medidas que visem à melhoria das condições de trabalho e o incentivo à prática de atividades físicas podem ser importantes para a manutenção e fortalecimento da saúde mental desses profissionais. |
Impactos da pandemia de COVID-19 sobre a saúde mental de profissionais de enfermagem |
Nascimento, Ana Karoline de Freitas; Barbosa, Yaritsa Milena Martins; Camargo, Sara Rafaela Valcacio; Souza, Talita Araujo de; Gomes, Sávio Marcelino; Galvão, Maria Helena Rodrigues; Medeiros, Arthur de Almeida; Barbosa, Isabelle Ribeiro. |
2021 |
Avaliar os impactos da pandemia de COVID-19 na saúde mental de profissionais de enfermagem. |
Rev.Portuguesa. Enfermagem saúde mental |
Os resultados indicaram que 66,7% dos profissionais de enfermagem apresentavam sintomas de estresse, 47,2% apresentavam sintomas de ansiedade e 28,6% apresentavam sintomas de depressão. A pandemia teve um impacto significativo na saúde mental desses profissionais, destacando a importância de intervenções para apoiar sua saúde psicológica. |
Este estudo avaliou os impactos da pandemia da COVID-19 na saúde mental dos profissionais de enfermagem. Foram analisados dados de 490 profissionais em um estado do Brasil. Os resultados mostraram que a pandemia afetou diretamente a saúde mental desses profissionais, com aumento na prevalência de Síndrome de Burnout, ansiedade e depressão. |
Análise da Síndrome de Burnout e Resiliência em Enfermeiros durante a Pandemia de COVID-19: Um Estudo Transversal. |
Juliana Pontes Soares, Nathalia Hanany Silva de Oliveira, Tatiana de Medeiros Carvalho Mendes, Samara da Silva Ribeiro, Janete Lima de Castro |
2021 |
Avaliar a síndrome de burnout, bem como a resiliência em enfermeiras hospitalares durante o primeiro surto da pandemia de COVID-19. |
PubMed Central. |
A partir do estudo concluiu que o nível de burnout em enfermeiros foi alto, sendo maior naqueles que cuidavam de pacientes com COVID-19. Enfermeiros resilientes foram capazes de lidar melhor com situações estressantes. |
O texto apresenta uma revisão integrativa que objetivou entender os efeitos do trabalho durante a pandemia da Covid-19 na saúde mental dos profissionais de saúde, especificamente na Síndrome de Burnout. Foram analisados 12 artigos e identificados seis fatores associados ao desenvolvimento de Burnout: experiência profissional, condições de trabalho, situação financeira, relação entre trabalho e família, medo de contaminação e transmissão da doença e estar na linha de frente no combate à pandemia. |
Burnout dos enfermeiros e fatores de risco associados durante a pandemia de COVID-19: uma revisão sistemática e meta análise. |
Luz, Dayse Christina Rodrigues Pereira; Campos, José Rafael Eduardo; Bezerra, Pabllo de Oliveira Saraiva; Campos, Jessika Brenda Rafael; Nascimento, Anderson Marcos Vieira do; Barros, Alyce Brito |
2021 |
Examinar o esgotamento dos enfermeiros e os fatores de risco associados durante a pandemia de COVID-19. |
Wiley |
Descobriu-se que o Burnout entre enfermeiros é uma questão crucial durante a pandemia de COVID-19. Há uma necessidade urgente de preparar os enfermeiros para lidar melhor com a pandemia de COVID-19. A identificação de fatores de risco para Burnout pode ser uma arma significativa, dando aos enfermeiros e aos sistemas de saúde a capacidade de responder melhor às próximas ondas de COVID-19 em um futuro próximo. |
O estudo realizou uma revisão sistemática para identificar os impactos da pandemia na saúde mental de enfermeiros. Foram encontrados 29 estudos, mas apenas 10 foram incluídos na análise. Os resultados mostraram que a carga horária excessiva, más condições de trabalho, falta de recursos e baixa remuneração, associados ao medo de transmitir a doença e o isolamento social, aumentam o risco de problemas psicológicos e efeitos negativos na saúde mental dos enfermeiros. |
Burnout, ansiedade e depressão nos Enfermeiros no contexto de pandemia por COVID-19 |
Ferreira, Luís Diogo Melo. |
2022 |
Avaliar o impacto que a pandemia por COVID-19 tem nos enfermeiros, relativamente ao burnout, ansiedade e depressão a amostra foram concluídas em 234 enfermeiros. |
A síndrome de Burnout se tornou um dos problemas mais altos na vida dos profissionais de enfermagem como a ansiedade e depressão devido ao medo de contrair a doença COVID-19. |
O estudo avaliou o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental dos enfermeiros em relação ao burnout, ansiedade e depressão. Foi realizado com uma amostra de 234 enfermeiros em um hospital em Portugal, usando questionários estruturados para coletar dados. Os resultados mostraram que a pandemia teve um impacto significativo na saúde mental dos enfermeiros, independentemente do sexo, estado civil ou serviço em que trabalham. A falta de materiais de proteção, condições de trabalho desfavoráveis, medo de contrair a doença e relação com superiores hierárquicos e amigos foram identificados como fatores contribuintes para o desenvolvimento de problemas de saúde mental. |
Fonte de dados: Elaborado pelos autores, 2023.
Pode-se notar que nos artigos selecionados e incluídos no quadro sinóptico retratam temáticas voltadas a Síndrome de Burnout, o que poderia causa-la e como foi enfrentada a incidência da mesma na enfermagem.
Os artigos selecionados como base para o presente artigo, são de revistas voltadas a vários nichos, sendo os mesmos enfermagens, informativo publicado pelo Sistema único de saúde (SUS) e revistas de cuidados de universidades renomadas.
Os resultados dos estudos analisados convergem no sentido de que a pandemia da COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mental dos profissionais de enfermagem. O estresse, a ansiedade, a depressão e a síndrome de burnout foram identificados como problemas prevalentes nesse grupo. O estudo realizado por Santos et al. (2022), constatou que a depressão afetou com frequência os enfermeiros, especialmente aqueles com duplo vínculo de trabalho, e que a presença da depressão afetou também as famílias dos profissionais.
Freitas do et al. (2022) e Soares et al. (2021) identificaram sinais e sintomas de estresse em profissionais de enfermagem, incluindo tensão muscular, desgaste físico, problemas de memória, cansaço constante, insônia, angústia, ansiedade diária e sensibilidade emotiva excessiva. Santos et al. (2021) corroboram com essas evidências ao apontar alta prevalência de ansiedade e depressão nos profissionais de enfermagem durante a pandemia.
Melo (2022) associaram que a síndrome de burnout, a ansiedade e a depressão foram problemas experimentados para os enfermeiros devido ao medo de contrair a doença COVID-19.
Pereira et al. (2021) destacaram a importância de identificar os fatores de risco para o burnout e preparar os enfermeiros para enfrentar melhor a pandemia. Alfonso (2021) demonstrou que a resiliência foi um fator de proteção essencial para os profissionais enfrentarem os efeitos da pandemia, gerado em maior satisfação no trabalho, retenção superior, percepção de melhor qualidade da assistência e melhor desempenho clínico.
Em resumo, todos os estudos apontaram para a necessidade de atenção à saúde mental dos profissionais de enfermagem durante a pandemia e a importância de medidas para mitigar o estresse, promover a resiliência e melhorar as condições de trabalho. A ansiedade e a depressão foram problemas persistentes para os enfermeiros devido ao medo de contrair a doença COVID-19.
Com base nos artigos mencionados, podemos identificar as categorias de análise que se seguem.
Síndrome de Burnout
Síndrome de Burnout é uma condição cada vez mais preocupante no contexto da pandemia de COVID-19, especialmente entre os enfermeiros que vivem na linha de frente no combate à doença. Essa síndrome é caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal (Maslach, Schaufeli, Leiter, 2001). Durante uma pandemia, os enfermeiros enfrentam condições de trabalho adversas, como longas jornadas, aumento da demanda e exposição ao risco de infecção, o que pode contribuir para o desenvolvimento da síndrome de Burnout (Gandra et al., 2021).
Os fatores que podem desenvolver a síndrome de Burnout são diversos e incluem a sobrecarga de trabalho, conflitos interpessoais e falta de suporte social adequado (Maslach, Schaufeli, Leiter, 2001). Além disso, os estudos apontaram a falta de recursos e o ambiente de trabalho estressante como elementos que criaram para o desenvolvimento da síndrome entre os profissionais de saúde durante a pandemia (Rocha et al., 2020; Rodrigues et al., 2021).
A compreensão das consequências e consequências da síndrome de Burnout entre os enfermeiros é de extrema importância, uma vez que a saúde mental desses profissionais está intrinsecamente ligada à qualidade da assistência prestada aos pacientes. A síndrome de Burnout pode afetar a qualidade do cuidado prestado pelos enfermeiros e aumentar os riscos de erros e eventos adversos (Machado et al., 2021). Portanto, é essencial implementar estratégias efetivas de prevenção e tratamento da síndrome de Burnout, visando promover o bem-estar e a saúde mental dos enfermeiros.
Durante a pandemia de COVID-19, a síndrome de Burnout entre os enfermeiros tem despertado uma preocupação crescente. Estudos têm evidenciado a relação direta entre a intensificação das demandas de trabalho, o estresse e o aumento dos índices de Burnout nessa categoria profissional (Silva et al., 2022). Além disso, a escassez de recursos e as condições de trabalho desafiadoras durante a pandemia têm agravado ainda mais a situação dos enfermeiros, aumentando o risco de desenvolvimento da síndrome de Burnout (Gandra et al., 2021).
Promover a saúde mental dos enfermeiros e prevenir a síndrome de Burnout é essencial para garantir a qualidade do cuidado prestado aos pacientes, especialmente em momentos de crise como a pandemia de COVID-19. É fundamental que sejam adotadas medidas de proteção e suporte adotado, como programas de suporte psicológico, treinamento em gerenciamento do estresse e melhorias nas condições de trabalho, a fim de mitigar os efeitos negativos da síndrome de Burnout entre os enfermeiros e promover seu bem-estar durante a pandemia e além dela.
Síndrome de Burnout entre os enfermeiros que atuaram no enfrentamento da COVID-19
Santos et al., (2022) analisou a prevalência de sintomas de depressão, ansiedade e fatores associados em profissionais da equipe de enfermagem durante a pandemia da COVID-19. Os resultados mostraram que a depressão é um problema de saúde frequente entre os enfermeiros, especial mente entre aqueles que possuem dois vínculos de trabalho, em comparação com aqueles que possuem apenas um vínculo. Além disso, foi observado que a presença de depressão nos profissionais de enfermagem apresentou pontuação mais alta ao longo do ciclo da pandemia, afetando indiretamente as famílias desses profissionais. Verifica-se que dos 490 profissionais de enfermagem participantes, 86,7% eram do sexo feminino e 30,4% relataram ter recebido diagnóstico de algum transtorno mental nos últimos 12 meses.
Nascimento et al., (2022) identificaram os sinais e sintomas prevalentes do estresse em profissionais de enfermagem que atuaram no combate à COVID-19. Os resultados mostraram que 47% dos profissionais apresentaram algum nível de estresse, com os principais sinais e sintomas sendo tensão muscular, sensação de desgaste físico, problemas com a memória, cansaço constante, insônia, cansaço excessivo, angústia ou ansiedade diária e sensibilidade emotiva excessiva.
A maioria dos participantes relatou sintomas de ansiedade moderada a grave. Fatores como sobrecarga de trabalho, medo de contágio, falta de equipamentos de proteção individual adequados e falta de suporte institucional foram associados a níveis mais elevados de ansiedade. Os autores enfatizaram a importância de implementar medidas de apoio psicossocial e intervenções para reduzir a ansiedade e promover o bem-estar dos profissionais de enfermagem (REBERTE, NASCIMENTO, 2021).
Durante o pico da crise da COVID-19, indicativos mostraram que os enfermeiros que tinham níveis adequados de resiliência lidaram melhor com o impacto da pandemia, resultando em redução da ansiedade, estresse pós-traumático, exaustão emocional e depressão. Dessa forma, muitas instituições hospitalares investiram em programas e intervenções para desenvolver a resiliência dos enfermeiros nos cuidados de saúde (AFONSO, 2021)
Em suma, os estudos destacam que a pandemia da COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mental dos profissionais de enfermagem, com altas taxas de depressão, ansiedade e estresse. A sobrecarga de trabalho, as condições adversas de trabalho e a falta de suporte institucional são fatores que contribuem para esses problemas. É essencial fornecer apoio adequado aos profissionais de enfermagem, incluindo programas de intervenção e medidas de prevenção, para proteger sua saúde mental e bem-estar durante e após a pandemia.
É importante ressaltar que os estudos mencionados possuem suas próprias limitações, como amostras específicas, diferentes instrumentos de avaliação e análise transversal dos dados. Portanto, mais pesquisas são necessárias para entender completamente os impactos da pandemia na saúde mental dos profissionais de enfermagem e para desenvolver estratégias eficazes de intervenção.
A principal discussão abordada nos artigos foi como a pandemia de Covid-19 foi um fator determinante para uma maior incidência da síndrome de Burnout entre os profissionais de enfermagem neste período, dado aos altos níveis de estresse experimentados por estes profissionais, seja por carga excessiva de trabalho, por ansiedade e depressão, pelo afastamento de entes queridos ou até mesmo pelos longos período de lockdown.
Tal incidência também pode vir da grande quantidade de perda de pacientes ocorridas durante este período, o que ocasiona em abalos psicológicos, devido as autocobranças destes profissionais, com relação ao índice de perda que presenciavam normalmente, visto que a pandemia ceifou a vida de inúmeros pacientes que estavam bem e pioravam de uma hora para a outra, os levando ao óbito.
Medidas de proteção e suporte para Síndrome de Burnout em enfermeiros
Como ressaltado no tópico anteriores, destaca-se as instituições de saúde devem proporcionar apoio psicológico aos profissionais de saúde para a redução da incidência de casos de burnout. As condições de trabalho desfavoráveis, como carga horária excessiva, falta de apoio emocional e físico, falta de recursos adequados e preocupações com a segurança, foram associadas a uma maior prevalência de sintomas depressivos. Além disso, destaca-se importância de implementar estratégias de prevenção e intervenção para melhorar a saúde mental dos profissionais de enfermagem, como fornecer suporte psicológico, treinamentos de gerenciamento do estresse e promover um ambiente de trabalho saudável (Alfonso, 2021).
Diante da análise dos artigos desta revisão foram identificadas algumas medidas de proteção e suporte para casos de Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem durante a pandemia da COVID-19.
Melhorar as condições de trabalho: É essencial fornecer ambientes de trabalho saudáveis e seguros para os profissionais de enfermagem. Isso inclui garantir condições adequadas de trabalho, recursos adequados, horários justos e suporte adequado para o desempenho das tarefas.
Incentivar a prática de atividades físicas: A prática regular de atividades físicas pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar a saúde mental. Incentivar os profissionais de enfermagem a se engajarem em atividades físicas, mesmo que seja por curtos períodos de tempo durante os intervalos, pode ser benéfico para sua saúde mental.
Desenvolver a resiliência: Investir em programas e intervenções para desenvolver a resiliência dos enfermeiros pode ajudá-los a lidar melhor com situações estressantes. A resiliência foi identificada como um fator de proteção essencial contra os efeitos adversos causados pela pandemia de COVID-19.
Oferecer suporte psicológico: É importante fornecer suporte psicológico adequado aos profissionais de enfermagem. Isso pode incluir serviços de aconselhamento, programas de suporte emocional e psicoterapia. O suporte psicológico pode ajudar os profissionais a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão.
Promover ações de autocuidado: Incentivar os profissionais de enfermagem a cuidarem de sua própria saúde física e mental é essencial. Isso pode envolver a promoção de práticas de autocuidado, como a importância do sono adequado, uma dieta equilibrada, o estabelecimento de limites saudáveis e a busca de atividades relaxantes.
Fortalecer a equipe e a solidariedade: Fomentar um ambiente de trabalho solidário e de apoio entre os profissionais de enfermagem pode ajudar a reduzir o estresse e o sentimento de isolamento. Incentivar a comunicação aberta, a colaboração e o trabalho em equipe podem fortalecer o apoio mútuo e a resiliência.
Resiliência e saúde mental dos profissionais de enfermagem durante a pandemia: (Alfonso 2021) enfatizou a importância de prestar atenção à saúde mental dos profissionais de saúde, incluindo durante a sua formação. O estudo destacou que os enfermeiros com níveis adequados de resiliência lidaram melhor com o impacto da pandemia, resultando em redução da ansiedade, estresse pós-traumático, exaustão emocional e depressão. Investir em programas e intervenções para desenvolver a resiliência dos enfermeiros pode ser benéfico para a saúde mental durante a pandemia.
É importante ressaltar que essas medidas devem ser implementadas em conjunto com políticas e ações institucionais que visam melhorar as condições de trabalho, fornece suporte adequado e promover a saúde mental dos profissionais de enfermagem.
DISCUSSÃO
Diversos estudos foram realizados para analisar os efeitos da pandemia da COVID-19 na saúde mental dos profissionais de enfermagem. Um estudo cuidado por Santos et al. (2022) teve como objetivo analisar a prevalência de sintomas de depressão e ansiedade em profissionais da equipe de enfermagem durante a pandemia da COVID-19. Os resultados apreciaram que profissionais do sexo feminino, cor ou raça parda, com renda mensal inferior a 5 intervalos mínimos, que observaram no setor privado, apresentaram sintomas de Síndrome de Burnout e ficaram com os pais eram mais tolerantes a apresentar sintomas de transtornos psíquicos ( SANTOS et al., 2022).
Alfonso (2021) relata a importância da resiliência na saúde mental dos profissionais de saúde durante uma pandemia. Enfermeiros com níveis adequados de resiliência lidaram melhor com o impacto da pandemia, ocorreram em redução da ansiedade, estresse pós-traumático, exaustão emocional e depressão. Instituições hospitalares têm investido em programas e intervenções para desenvolver a resiliência dos enfermeiros nos cuidados de saúde, visando proporcionar uma assistência mais segura e melhorar a satisfação no trabalho (ALFONSO, 2021).
Outro estudo realizado por Nascimento et al. (2022) identificou os sinais e sintomas de estresse em profissionais de enfermagem que atuaram no combate à COVID-19. Dos 66 profissionais de enfermagem pesquisados, 47% apresentaram algum nível de estresse. Os principais sinais e sintomas relatados foram tensão muscular, sensação de desgaste físico, problemas com a memória, cansaço constante, insônia, cansaço excessivo, angústia ou ansiedade diária e sensibilidade emotiva excessiva (NASCIMENTO et al., 2022).
Esses estudos reforçam a necessidade de atenção à saúde mental dos profissionais de enfermagem durante a pandemia da COVID-19. A prevalência de sintomas de depressão, ansiedade e estresse ocupacional foi observada em diferentes estudos, evidenciando a importância de oferecer suporte e tentativas para lidar com esses problemas (SANTOS et al., 2022; ALFONSO, 2021; NASCIMENTO et al., 2022) .
É importante ressaltar que existem limitações nos estudos mencionados. Santos e cols. (2022) realizaram sua pesquisa com uma amostra específica de profissionais de enfermagem, o que pode limitar a generalização dos resultados. Alfonso (2021) destaca a necessidade de mais pesquisas para entender melhor os controles pelos quais a resiliência influencia a saúde mental dos profissionais de saúde. Nascimento e cols. (2022) também teve uma amostra limitada, o que pode restringir a representatividade dos resultados.
Em conclusão, esses estudos fornecem evidências sobre a prevalência de problemas de saúde mental entre os profissionais de enfermagem durante a pandemia da COVID-19. A partir desses resultados, é importante desenvolver estratégias de suporte e intervenções ajustadas para melhorar a saúde mental desses profissionais, levando em consideração as características individuais e as condições de trabalho específicas (SANTOS et al., 2022; ALFONSO, 2021; NASCIMENTO et al. , 2022).
Uma das implicações desses resultados é a necessidade de promover melhores condições de trabalho para os profissionais de enfermagem, incluindo a melhoria do ambiente de trabalho, redução da carga horária excessiva e garantia de recursos adequados. Além disso, é importante investir.
para promover a saúde mental dos profissionais de enfermagem durante a pandemia. Santos e cols. (2022) sugere a melhoria das condições de trabalho, especialmente no enfrentamento da pandemia de COVID-19, como uma medida importante para reduzir os sintomas de transtornos mentais. Além disso, a prática de atividades físicas também é apontada como um fator benéfico para a saúde mental desses profissionais.
A importância da resiliência na saúde mental dos profissionais de saúde durante uma pandemia também é destacada por Alfonso (2021). Investimentos em programas e intervenções para desenvolver a resiliência dos enfermeiros nos cuidados de saúde são recomendados como estratégias para lidar com o impacto psicológico da pandemia, visando fornecer uma assistência mais segura e melhorar a satisfação no trabalho.
A identificação dos sinais e sintomas de estresse em profissionais de enfermagem que atuaram no combate à COVID-19 é outro aspecto relevante. Nascimento e cols. (2022) encontraram uma alta prevalência de estresse entre os profissionais de enfermagem pesquisados, com sintomas como tensão muscular, desgaste físico, problemas de memória, cansaço constante, insônia, angústia, ansiedade diária e sensibilidade emotiva excessiva.
Esses resultados são consistentes com outros estudos, reforçando a necessidade de atenção e suporte à saúde mental dos profissionais de enfermagem durante uma pandemia. A prevalência de sintomas de depressão, ansiedade e estresse ocupacional em diversos estudos indica a importância de oferecer medidas propensas, que consideram como características individuais e como condições de trabalho específicas desses profissionais.
No entanto, é importante destacar a limitação dos estudos mencionados. Santos e cols. (2022) teve uma amostra específica de profissionais de enfermagem, o que pode limitar a generalização dos resultados. Alfonso (2021) ressalta a necessidade de mais pesquisas para compreender a compreensão dos controles pelos quais a resiliência influencia a saúde mental dos profissionais de saúde. Nascimento e cols. (2022) também teve uma amostra limitada, o que pode impactar a representatividade dos resultados.
A síndrome de Burnout tem sido amplamente tolerada no contexto da pandemia de COVID-19, especialmente entre os enfermeiros que estão na linha de frente no combate à doença. Estudos indicam que esses profissionais estão enfrentando condições de trabalho adversas, como longas jornadas, aumento da demanda e exposição ao risco de infecção, o que pode levar ao desenvolvimento da síndrome de Burnout (GANDRA et al., 2021). De acordo com Silva et al. (2022), a sobrecarga de trabalho e o estresse relacionado à pandemia são fatores causados no desenvolvimento da síndrome de Burnout entre enfermeiros.
A síndrome de Burnout é caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal (MASLACH, SCHAUFELI, LEITER, 2001). Estudos também destacaram outros fatores desencadeantes, como conflitos interpessoais e falta de suporte social adequado (ROCHA et al., 2020). Além disso, alguns autores apontam que a falta de recursos e o ambiente de trabalho motivaram para o desenvolvimento da síndrome de Burnout em profissionais de saúde durante a pandemia (RODRIGUES et al., 2021).
Neste estudo, buscamos compreender a relação entre enfermeiros e a síndrome de Burnout durante a pandemia de COVID-19, bem como identificar os principais fatores relacionados ao seu desenvolvimento nesse contexto desafiador. Essa abordagem é consistente com pesquisas anteriores que também investigaram a relação entre a pandemia e o aumento da incidência de Burnout entre os profissionais de saúde (SILVA et al., 2022; RODRIGUES et al., 2021). Além disso, nosso estudo buscou identificar medidas de proteção e suporte que podem ser integradas para prevenir e tratar a síndrome de Burnout entre os enfermeiros durante a pandemia de COVID-19.
A compreensão das consequências e consequências da síndrome de Burnout entre os enfermeiros é essencial, pois a saúde mental desses profissionais está diretamente relacionada à qualidade da assistência prestada aos pacientes. Estudos indicam que a síndrome de Burnout pode afetar a qualidade do cuidado prestado pelos enfermeiros e aumentar os riscos de erros e eventos adversos (MACHADO et al., 2021). Portanto, a implementação de estratégias efetivas de prevenção e tratamento da síndrome de Burnout entre os enfermeiros é fundamental para promover seu bem-estar e garantir uma assistência de qualidade.
Ao responder aos objetivos propostos neste estudo, contribuímos para o conhecimento científico sobre a síndrome de Burnout entre os enfermeiros que atuaram durante a pandemia de COVID-19. Nossos resultados estão em consonância com estudos anteriores que também enfatizaram a importância de abordar a síndrome de Burnout entre os profissionais de saúde em tempos de crise (ROCHA et al., 2020; MACHADO et al., 2021).
CONCLUSÃO
Em conclusão, os estudos discutidos demonstraram a importância de oferecer suporte e intervenções ajustadas para promover a saúde mental dos profissionais de enfermagem durante a pandemia da COVID-19. A prevalência de sintomas de transtornos psicológicos, a influência da resiliência e os sinais de estresse identificados reforçam a necessidade de abordar essas questões de forma holística, considerando as características individuais e as condições de trabalho específicas desses profissionais.
Ao considerar os estudos analisados, torna-se evidente que a pandemia da COVID-19 teve um impacto significativo na saúde mental dos profissionais da equipe de enfermagem. A prevalência de sintomas de depressão, ansiedade e estresse foi relatada em diferentes estudos, apontando para a necessidade de atenção e suporte adequados a esses profissionais durante esse período desafiador.
A sobrecarga emocional e as condições de trabalho adversas, juntamente com a exposição frequente a situações de risco, contribuíram para o aumento desses sintomas. A falta de recursos adequados, o medo de contaminação e o aumento da carga de trabalho também desempenharam papéis significativos no impacto negativo na saúde mental desses profissionais.
É crucial que sejam implementadas estratégias eficazes para fornecer suporte psicológico e emocional aos profissionais da equipe de enfermagem. Isso pode incluir a disponibilização de serviços de aconselhamento, treinamentos em gerenciamento de estresse, promoção de um ambiente de trabalho saudável e o fortalecimento das redes de apoio social.
Além disso, é fundamental que sejam adotadas medidas para melhorar as condições de trabalho e garantir o acesso a equipamentos de proteção individual adequados. Investir na saúde mental desses profissionais não apenas contribui para o bem-estar individual, mas também é essencial para a qualidade do cuidado prestado aos pacientes.
Portanto, é imprescindível que as instituições de saúde, gestores e profissionais da área reconheçam a importância da saúde mental dos profissionais da equipe de enfermagem e trabalhem em conjunto para fornecer o suporte necessário durante e após a pandemia da COVID-19. Somente assim poderemos preservar o bem-estar desses profissionais, garantir a qualidade do atendimento e promover a saúde em meio a crises sanitárias.
REFERÊNCIAS
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